Pediatra explica como evitar que crianças se contaminem com a Covid-19
03 maio 2020 às 14h47
COMPARTILHAR
A médica pediatra Ana Márcia Guimarães afirmou que o vírus tem efeito brando nas crianças, mas que os pequenos com comorbidades também estão no grupo de risco
Com a pandemia de coronavírus, vários pais e mães ficam em dúvida sobre os riscos dos filhos à doença e quais cuidados tomar para que as crianças não sejam infectadas. Embora não estejam dentro do grupo de risco e, geralmente, elas sejam portadoras assintomáticas da doença, a médica pediatra Ana Márcia Guimarães explica que algumas crianças ainda são mais vulneráveis à Covid-19.
Ela explica que a infecção respiratória aguda grave causada pelo vírus SARS-COV-2 não tem uma manifestação mais grave na criança pequena, “como por exemplo acontece com a gripe, influenza, os menores de cinco anos, sobretudo os menores de dois anos ficam mais graves”, ela diz. “A menos que a criança tenha alguma fragilidade própria, em que ela seja asmática, diabética ou tenha cardiopatia ou uma doença pulmonar crônica. Se ela não tiver, ela não entra no risco maior da doença grave”, alertou.
Cuidados
De acordo com a pediatra, os cuidados a serem tomados com as crianças são os mesmos do adulto, “porque é uma doença respiratória com transmissão por contato”. Então, ao saírem com os filhas na rua, o recomendado é o uso de máscara e a higienização das mãos. “O risco [de contaminação das crianças é] maior, porque elas têm menos cuidado, menos concepção da higiene, tocar todas as coisas, menos consciência de lavar as mãos quando chegam em casa. Quando elas estão com máscaras, elas têm menos consciência de que não devem ficar colocando a mão na máscara. Elas têm essas atitudes mais inconscientes, o que aumenta o risco de contaminação. No entanto, o meio de contaminação é o mesmo”, informou.
Portanto, a orientação de Ana Márcia é que quando a criança ainda é um bebê, é melhor que não use máscara. “Quando você usa a máscara, você tem que ter todo um ritual, que é não retirar ela, não pendurar no pescoço, na orelha, não colocar a mão. Isso as crianças não fazem. É melhor que as crianças menores de dois anos, que não irão conseguir cumprir esse ritual, que não usem”, afirmou.
No entanto, outros cuidados são imprescindíveis. “O pai deve manter as crianças afastadas dos adultos com espaço mínimo de dois metros e procurar fazer a higiene das mãos, passar álcool em gel nas mãos delas, segurar nas mãos delas, não deixá-las soltas correndo. Mas tem que evitar, evitar de ir ao supermercado ou lugares que não são necessários”, recomendou a médica.
Recém-nascidos
Conforme Ana Márcia informou, ainda não existe comprovação que mulheres grávidas infectadas com a Covid-19 transmitam o vírus para o bebê ainda dentro da barriga. “Não tem ainda estudos que comprovem transmissão vertical, que é a contaminação congênita”, disse. “Acredita-se que os bebês se contaminam logo após o nascimento por via respiratória materna.”
Caso a mãe tenha suspeita da doença ou qualquer sintoma gripal, deve tomar as devidas precauções para que o recém-nascido não seja contaminado depois do parto. “O ideal é que a mãe, que fica mais próxima do bebê e que vai amamentar, use máscara. Que ela lave as mãos sempre que for manipular o bebê, que evite beijos na face do bebê, evite tocar a face dele. Ter um cuidado redobrado, porque os familiares que moram dentro da casa podem ser portadores assintomáticos. Aí eles podem transmitir o vírus para o bebê”, aconselhou a pediatra.