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Deputada federal foi punida por votar a favor do impeachment de Dilma. Se quiser disputar prefeitura de Trindade, ela precisará de autorização

A deputada federal Flávia Morais foi punida pela Comissão de Ética do PDT, partido pelo qual foi eleita, após votar favorável ao impeachment da presidente (agora afastada) Dilma Rousseff (PT) no último dia 17 de abril. A deputada está suspensa por 40 dias.

O anúncio inicial era de que Flávia e outros cinco deputados que votaram a favor do afastamento de Dilma seriam expulsos, mas o partido decidiu mantê-los e puni-los. Dois presidentes estaduais eleitos foram afastados da direção do PDT: Sérgio Vidigal, no Espírito Santo, e George Morais, em Goiás.

Com isso, a disputa de Flávia à Prefeitura de Trindade já não é certa, visto que os parlamentares punidos com suspensão de 40 dias de suas atividades partidárias, só poderão concorrer a cargos eletivos com a expressa permissão da direção nacional do partido. Ou seja, para disputar a Prefeitura, Flávia agora deve pedir autorização ao Diretório Nacional.

Dois presidentes de comissões provisórias — Hissa Abrahão, no Amazonas, e Mario Heringer, em Minas Gerais —  também foram afastados, além de serem suspensos dos quadros partidários pelo prazo de 40 dias. De Minas Gerais, o partido também puniu outro deputado, o Subtenente Gonzaga.

De acordo com o partido, todos, exceto Cherini, foram suspensos por 40 dias e perderam cargos na direção do partido. Além disso, seus nomes foram retirados das comissões temáticas da Câmara dos Deputados, visto que a indicação das comissões é feita pela legenda.

A nota do PDT diz: “Os diretórios estaduais eleitos que tiveram seus titulares afastados – Espírito Santo e Goiás – serão comandados por interventores indicados pela Direção Nacional. Nos diretórios estaduais a cargo de comissões provisórias, Minas e Amazonas, a direção nacional já providenciou o afastamento das antigas direções e designou novos titulares para essas comissões – em Minas a militante Sirley e, no Amazonas, o ex-presidente Stones”.

A punição mais grave foi aplicada ao deputado Giovani Cherini, que, segundo o Diretório Nacional, não apenas votou como fez campanha a favor do impeachment. Ele foi expulso, mesmo sendo o deputado federal mais votado do Rio Grande do Sul e estando há 28 anos no partido.

Candidatura à Presidência

Outro tema discutido na reunião do Diretório Nacional foi a participação ou não no Governo Temer. A decisão da legenda foi de não participar e não aceitar cargos, mesmo que Temer consiga ultrapassar o período de interinidade no qual se encontra.

O PDT também reiterou a sua disposição de disputar a Presidência da República nas eleições de 2018, com a candidatura de Ciro Gomes, que compareceu à reunião e fez graves acusações ao presidente em exercício.