Em 01 ano e 06 meses, ORCRIM operou sete aeronaves distintas; quatro mandados de prisão e 12 de busca e apreensão estão sendo cumpridos

Helicóptero da ORCRIM apreendido. | Foto: PC-GO

Mandados de busca, apreensão e prisão estão sendo cumpridos em quatro estados, na manhã desta quinta-feira, 15. Ao todo, são quatro mandados de prisão, contra são contra o chefe da Organização Criminosa (ORCRIM), o gerente operacional e dois operadores responsáveis por trabalhos de campo, e 12 de busca em apreensão, nos estados de Goiás, São Paulo, Mato Grosso e Santa Catarina.

O objeto dos mandados de busca são os locais utilizados por supostos pilotos e financiadores do esquema. A ORCRIM voltada para o tráfico de drogas, com emprego de várias aeronaves, mediante atuação interestadual e internacional foi dissipada pela Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO), por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO).

Durante o período de um ano e meio, a ORCRIM operou em sete aeronaves. As investigações da DRACO constataram que a ORCRIM é ligada a uma grande facção criminosa brasileira. Uma escola de aviação em Goiânia, que é um dos objetos de busca e apreensão, é investigada por suposta manutenção e custódia dessas aeronaves.

Investigação realizada por agentes da DRACO. | Foto: PC-GO

Histórico da investigação

PC-GO desbaratou a organização através de investigação que se iniciou há um ano e meio atrás, mediante informações de um helicóptero que estaria transportando drogas ao Estado de Goiás. A aeronave em referência foi abordada em uma cidade do Mato Grosso que faz divisa com Goiás; no local, helicóptero foi apreendido por estar com prefixo clonado.

O piloto e o responsável pelo reabastecimento do helicóptero foram presos por porte de munição. Meses depois, o piloto, que já se encontrava solto, foi novamente preso com um milhão de dólares e uma arma de fogo, no Pará. Na ocasião, o homem pilotava um avião que também foi apreendido. Após este momento, a ORCRIM adquiriu uma terceira aeronave que foi danificada após, em uma das operações aéreas, sofrer acidente ao pousar em pista clandestina inadequada.

Em seguida, a PC-GO passou a monitorar uma quarta aeronave, que foi usada pela ORCRIM para voar da cidade de Mozarlândia, em Goiás, onde decolou, até o Amazonas, onde foi apreendida com irregularidades no plano de voo. A aeronave ainda foi transportada por pilotos não licenciados, além de ter carregado grande quantidade de combustível.

Uma quinta aeronave foi adquirida após a 4ª apreensão. Ela também passou a ser monitorada pela PC-GO, foi constatado que esta decolou de Palmeiras de Goiás à Roraima, onde o trem de pouso quebrou. Os integrantes da ORCRIM, então, compram um trem de pouso e o levam de Goiânia para Roraima, em um veículo.  

Uma das aeronaves apreendidas durante a investigação. | Foto: PC-GO

Em razão da demora na resolução do problema do trem de pouso, a ORCRIM adquire uma 6ª aeronave, que foi de Goiânia à Roraima, com intuito de buscar o carregamento de drogas que se encontrava no local. A 6ª aeronave foi, então, abordada com 400kg de droga skunk, a chamada supermaconha, e 10 kg de pasta base de cocaína. Todos os ocupantes do avião foram presos. Além disso, caminhonete Hilux filmada na casa do chefe da ORCRIM, em Goiânia, também foi identificada e apreendida em Roraima.

Em razão da perda da sexta aeronave, a ORCRIM adquiriu a sétima no Paraná. De lá, ela seguiu para Goiás, Mato Grosso, Manaus e Roraima, atravessou a Venezuela e, assim que entrou no espaço aéreo Colombiano, foi interceptada pela Força Aérea Colombiana (ver vídeo na apresentação).