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Prefeito de Goiânia fez sugestão ao ser questionado sobre a possível aliança DEM-PMDB para 2016, anunciada pelo senador democrata após reunião com deputados

Caiado (à esquerda) deveria trabalhar mais por Goiânia e falar menos, segundo Paulo Garcia | Fotos: Agência Senado e Reprodução/Twitter

O prefeito Paulo Garcia fez nesta quinta-feira (8/7) avaliação espinhosa sobre a aliança que teria sido oficializada entre PMDB e o DEM do senador Ronaldo Caiado para as eleições municipais de 2016.

“Primeiro, é muito cedo para conversar sobre processo eleitoral. Eu acho até que quem tem discutido de forma mais detalhada é porque não tem muito o que fazer. Eu quase não tenho tido tempo, tenho muita coisa a realizar na cidade, projetos, obras e programas. Segundo, porque sou muito orgânico: quem discute processo político para o ano que vem é a direção do meu partido [presidido pelo deputado estadual Luis César Bueno, que acompanhava Paulo Garcia em evento nesta manhã]. E eu não tenho notícias de nenhuma aliança já firmada. Terceiro, eu acho que o senador Ronaldo Caiado precisava trabalhar mais por Goiânia em vez de falar muito”, disse o petista, ao ser questionado pelo Jornal Opção Online, durante entrevista coletiva sobre assinatura de ordem de serviço na Região Sul da capital.

No discurso, Paulo Garcia voltou a comentar sobre o senador. “Eu não vejo nenhuma ação dele trazendo nada para a cidade. O deputado Luis César Bueno é o contrário [de Ronaldo Caiado], cuida obviamente de diversos municípios que representa no estado e não esquece da capital.”

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Na segunda-feira (6), parte da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa se reuniu com o presidente estadual da sigla, Samuel Belchior, e Ronaldo Caiado, além do deputado federal Daniel Vilela. O democrata relatou que a coligação entre o DEM e o partido liderado por Iris Rezende estaria “nos finalmentes”. A coligação, se realmente for oficializada, exclui o PT do sistema de dobradinha, adotada em eleições passadas, pois o DEM não se alinha nacionalmente com o partido da presidente Dilma Rousseff (PT).

Crise existencial

Um dia após a reunião, o presidente do diretório metropolitano do PT, o deputado estadual Luis César Bueno afirmou à reportagem que o PMDB passa por “crise existencial” e, por isso, tem que se resolver. “A aliança estava normal quando nos reunimos pela última vez.” O discurso pela manutenção do apoio mútuo é o mesmo do presidente do PMDB goiano, o ex-deputado Samuel Belchior, que diz não pensar em rompimento. “Tenho conversado com o Ceser Donisete [presidente estadual do PT]. Estamos vendo caso a caso, cidade por cidade.”

Ceser Donisete também estranhou a postura do então partido aliado. “Onde o Caiado está, o PT não fica. Existe um acordo político no Estado de Goiás: eles [DEM] não querem a gente e a gente [PT] não quer eles. Não queremos e não ficaremos.”

Fissuras

O PMDB possui diversos cargos no Paço Municipal, distribuídos em sete secretarias, além da vice-prefeitura, ocupada por Agenor Mariano. As fissuras foram expostas quando se aproximava o segundo turno das eleições estaduais, em 2014. Houve forte movimento na Câmara Municipal para que vereadores peemedebistas entregassem os cargos de indicação no Poder Executivo e rompessem com a gestão petista.