Paulo de Jesus lamenta saída de Lúcia Vânia, mas alerta que senadora pode perder o mandato
14 março 2015 às 17h08

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Presidente estadual do PSDB relata que ainda não há nada oficial, mas destaca que não há justificativa legal para filiação ao PSB: “Nós a ajudamos a se eleger”

Tida como quase certa, a saída da senadora Lúcia Vânia do PSDB poderá ter desdobramento jurídico. Isso porque não haveria embasamento para a mudança de sigla, o que abriria precedente para o partido pedir seu mandato.
O presidente estadual tucano, Paulo de Jesus, destacou, por várias vezes, ao Jornal Opção Online que o PSDB não quer que Lúcia Vânia migre para o PSB — de Vanderlan Cardoso. “Ela nos ajudou a construir o partido e nós a ajudamos em todas as eleições. Não existe candidatura solo”, completou ele.
Ele reconhece que houve uma desavença no âmbito nacional, mas justifica que todos os senadores da oposição “morderam a isca” do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) — quem ele classificou como adversário e lembrou do envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás, no qual será investigado.
“Lúcia é uma mulher íntegra, uma exímia política, que conhece as entranhas do poder em Brasília. Nós gostamos dela do jeito que ela é. Ela briga mesmo, é combativa, trabalha muito. Não queremos que ela saia”, enfatizou Paulinho.
De acordo com a Lei da Fidelidade Partidária, um político com mandato só pode mudar de partido sob as seguintes premissas: “incorporação ou fusão do partido; criação de novo partido; mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; e grave discriminação pessoal”. “Nada disso aconteceu com ela”, pondera o presidente tucano.
Sendo assim, há, sim, a possibilidade de que o partido peça o mandato da senadora Lúcia Vânia. “Não só a executiva estadual… O PSDB nacional pode fazê-lo. O Ministério Público, o suplente [Ione Borges, do PTB]”, esclarece Paulo de Jesus.
O governador Marconi Perillo (PSDB) já teria procurado a senadora algumas vezes para tentar evitar que a correligionária deixe a legenda, mas, até agora, sem sucesso. “Eu acho que as pessoas tem que estar no lugar onde gostam. Onde se sintam bem… Se ela está insatisfeita, deve sair”, finalizou o presidente tucano.