Pastor Silas Malafaia é investigado pela Polícia Federal em inquérito que envolve Bolsonaro

15 agosto 2025 às 10h26

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O pastor evangélico Silas Malafaia, um dos maiores líderes religiosos do Brasil, está sendo investigado pela Polícia Federal. Ele foi incluído no mesmo inquérito que apura obstrução de Justiça e envolve Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo.
Em vídeo publicado no X (antigo Twitter), Malafaia afirmou ter tomado conhecimento da investigação apenas pela Globo News, sem ter recebido qualquer notificação oficial. “Eu só sei disso pela Globo News. Eu não recebo notificação nenhuma. Que país é esse, onde a Polícia Federal vaza alguma acusação contra alguém pra Globo e depois você vai ficar sabendo?”, disse.
Ele acrescentou:
Estou sendo investigado pela Polícia Federal em um inquérito. Eu reconheço a Polícia Federal, que é uma honra para os brasileiros, só que tem uma Polícia Federal a serviço de Lula e de Alexandre Moraes. Eles me incluem no inquérito por obstrução de justiça, coação no curso do processo, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático, ações contra autoridades e sanções internacionais contra o Brasil. Primeiro que eu não falo inglês, não conheço nenhuma autoridade americana…”
Malafaia classificou a investigação como uma “perseguição”, relacionando-a às críticas que vem fazendo há quatro anos contra o ministro Alexandre de Moraes. “Eu não tenho medo”, disse.
A reportagem da GloboNews destaca que Malafaia foi um dos organizadores do ato de apoio a Jair Bolsonaro em 3 de agosto, evento em que o ex-presidente apareceu em vídeo transmitido por redes sociais de terceiros, apesar de proibição do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação culminou na prisão domiciliar de Bolsonaro no dia seguinte, 4 de agosto. Em vídeo publicado em 14 de agosto, Malafaia voltou a afirmar que Alexandre de Moraes deveria sofrer impeachment, ser julgado e preso.
O inquérito
O inquérito, aberto em maio, investiga ações contra autoridades, contra o STF, contra agentes públicos e tentativas de buscar sanções internacionais contra o Brasil. Segundo o relator, ministro Alexandre de Moraes, essas ações teriam o objetivo de atrapalhar o andamento do processo em que Jair Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado.
Entre os crimes sob investigação estão coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
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