Gestor, que poderá se tornar alvo de investigação da Câmara Municipal, disse esperar a construção de uma CPI “técnica” a exemplo de sua gestão. Ele deve procurar os vereadores na próxima segunda-feira para formalizar o pedido e se colocar à disposição para eventuais esclarecimentos

Foto: Reprodução/Internet

O prefeito do município de Silvânia, Geraldo Santana (PP), disse esperar, por parte da Câmara Municipal, a construção de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) “técnica”. A declaração do gestor veio logo após parte dos vereadores protocolarem o pedido de abertura de uma Comissão para investigar contratos celebrados pela Prefeitura no ano de 2021.

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Conforme mostrado pelo Jornal Opção os parlamentares descrevem que o Poder Executivo teria realizado vários contratos “com possíveis vícios de procedimento, inclusive licitatórios”. Na contramão, o prefeito, por sua vez, disse à reportagem que sua gestão no município tem caráter estritamente técnico. “Não tenho nenhum político de ofício no meu secretariado”, completou.

O gestor disse encarar o pedido de abertura da CPI “com tranquilidade”. “Nós pegamos a cidade praticamente às escuras. Tínhamos aqui ruas intransitáveis, nenhuma obra dos últimos 4 anos com alvará de funcionamento, escolas paradas, hospitais comprometidos, com o agravante de enfrentarmos um ano pandêmico, inclusive. Mesmo assim temos promovido diversas mudanças, melhorias, tudo de maneira técnica e legítima”, rebateu o prefeito.

Investigação

Na interpretação do prefeito, o pedido de abertura de uma CPI para investigá-lo pode ter como fundamento motivos políticos. “Nós disputamos [as eleições] aqui em uma chapa puro sangue; temos minoria na Câmara; nossos quadros são compostos por pessoas técnicas, sem espaço para indicações políticas; sem contar estamos ‘abrindo a caixa preta da prefeitura’; tudo isso contribui”.

“Caixa preta”

Questionado sobre a expressão utilizada, o prefeito disparou: “Eu pedi uma auditoria e levantamento patrimonial dos últimos 4 anos. Isso causou o estranhamento de algumas pessoas. Brincamos, entre nós aqui, que estamos abrindo a ‘caixa preta’ pois sabemos que existem inadimplências e convênios que precisam ser revistos. Estamos fazendo tudo na tentativa de dar transparência”.

Em seguida, o prefeito ponderou a relação entre as auditorias e o pedido de instalação de uma CPI no Legislativo municipal: “acredito que pediram [o início das investigações contra a atual gestão] para desviar o foco dessa auditoria que estamos fazendo. Acho que esse foi o grande fator”.

Legitimidade

Apesar do impasse político, o prefeito destacou que as portas da prefeitura estarão sempre abertas a todos os vereadores da Câmara Municipal de Silvânia. Ele também frisou o bom relacionamento com os parlamentares e a disposição da prefeitura em esclarecer tudo o que até então foi solicitado.

“A CPI é válida, as ações são legítimas. Temos respeito e apreço pela Câmara. Inclusive, em todas as sessões há pelo menos um representante do Executivo nos encontros para dar suporte e esclarecer as dúvidas dos vereadores. Esse papel de harmonia é fundamental, mas respeitamos e entendemos a autonomia de cada Poder. Isso faz parte da democracia”, pontuou.

Segunda-feira

O prefeito disse ao Jornal Opção que irá se antecipar e procurar a Câmara Municipal de Silvânia já na próxima segunda-feira, 26, para esclarecer qualquer dúvida e se colocar, mais uma vez, a disposição dos parlamentares para levar os esclarecimentos necessários sobre todo e qualquer processo avaliado pela casa de leis. “Só farei um único pedido aos vereadores: que sejam técnicos como a minha gestão. Espero que não haja politicagem nesse processo, que analisem tudo com um olhar técnico a exemplo do nosso trabalho”.