Para manter sigilo, PF cancela coletiva de imprensa sobre superfaturamento em pedágios
11 abril 2019 às 12h33
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Buscas e apreensões são realizadas neste momento por agentes da Policia Federal. Concessionárias são suspeitas de fraudar documentos para forçar aumento de preço da tarifa

A Polícia Federal cancelou a coletiva de imprensa marcada para manhã desta quinta-feira, 11, com o objetivo de apresentar detalhes da Operação Infinita Highway. O encontro foi suspenso para garantir a manutenção do sigilo das informações pois agentes da PF cumprem neste momento, mandados de busca e apreensão. Os investigadores contam com o apoio do Tribunal de Contas da União (TCU).
A Operação tem por objetivo desarticular um esquema criminoso voltado ao superfaturamento das tarifas de pedágio nas rodovias federais nos Estados de Goiás, Bahia e Espírito Santo.
Conforme mostrado pelo Jornal Opção, as ações da PF estão sendo realizadas de maneira integrada e simultânea em três diferentes estados e no Distrito Federal. Cerca de 85 policiais federais estão envolvidos e cumprem 16 mandados de busca e apreensão em órgãos públicos, empresas e residências dos investigados.
A coletiva contaria com a participação do delegado de Polícia Federal, Charles Gonçalves Lemes; da superintendente regional da Polícia Federal em Goiás, Marcela Rodrigues Vicente e também do delegado de Polícia Federal, Rômulo Teixeira Cavalcante.
Por meio de nota, a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) se manifestou para assegurar que “realiza seus trabalhos e toma suas decisões respaldadas em estudos e pareceres técnicos de seus servidores e procuradores jurídicos, dentro da legalidade e lisura, respeitando todos os princípios éticos da administração pública, e em permanente contato com os órgãos de controle”. A Agência diz ainda que “se coloca à disposição das autoridades para os esclarecimentos que se fizerem necessários”.
Entenda o caso
Conforme apurado durante as investigações, empresas concessionárias contratavam a emissão de laudos fraudulentos que atestavam a qualidade das rodovias, evitando assim a aplicação de multas e outras penalidades pela ANTT, responsável pela fiscalização da prestação do serviço.
Também se identificou que, com a anuência da ANTT, uma das concessionárias envolvidas aumentou indevidamente o valor cobrado a título de pedágio, sob a falsa alegação de elevação dos custos de manutenção de rodovias, baseando-se, para isso, em orçamentos fictícios, emitidos por empresas que não existiam.
Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal da Bahia, do Espírito Santo e de Goiás, e têm por objetivo localizar e apreender provas complementares dos crimes praticados.