Relatório da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra a preocupação dos brasileiros com a saúde, educação e segurança pública. Já a mais recente pesquisa da Genial Quaest aponta que, para 40% dos entrevistados, o principal problema do Brasil hoje é a economia.

No âmbito econômico, os eleitores demonstraram, segundo a Quaest, preocupação com a inflação, o desemprego e a crise econômica. Nas questões sociais, a apreensão é relacionada à fome, à desigualdade e à pobreza.

Reportagem do Jornal Opção constatou que os eleitores voltaram suas preocupações para assuntos tradicionais, diferente do que aconteceu em 2018, quando a corrupção era uma das preocupações dos eleitores, eram interesses atípicos.

Apesar de se apresentar como defensor dos princípios morais cristãos, o estudante Guilherme Mota, de 19 anos, defende que nas eleições deste ano o voto dele será para os candidatos que se preocupam com o bem-estar geral da população, principalmente no que se refere a economia. “O tema de combate à corrupção é essencial, mas nos últimos anos vimos o poder de compra da população abaixar muito. Antes eu ia todos os fins de semana ao shopping com meus amigos, agora só consigo ir só em um. Queremos dignidade novamente”.

“Conformado” com os inúmeros escândalos de corrupção envolvendo a classe política, o aposentado José Soares, de 65 anos, adotou um tom um pouco mais radical. Ao adotar o discurso “rouba mas faz”, ele aponta que a sua escolha de voto nessas eleições é para quem viabilizar poder de compra maior para a população goiana. “Todo mundo rouba mesmo. Se a gente for escolher quem não faz isso, a população inteira pode ficar em casa descansando no próximo domingo. Quero ter dinheiro para renovar o meu carro e dar escola, saúde e o básico aos meus netos”, diz ele ao lado da esposa Marisa Soares, de 60 anos, que complementa: “Quero investimento para o transporte público”.

Já o jovem assistente administrativo Pedro Henrique Carvalho, de 19 anos, discorda dos demais e disse que se preocupa muito com o combate à corrupção. Definindo como o “câncer da humanidade”, ele atribui aos desvios de dinheiro público a crise econômica que o Brasil atravessa. “Educação, saúde, transporte público, cesta básica estão ruins porque no passado os políticos roubaram e não investiram nesses setores. Espero que isso se inverta”.

Planos de governo

Relatório do Google Trends demonstra que também há certa preocupação com os planos de governo. As propostas mais procuradas foram de Bolsonaro (PL), seguidas por Lula (PT), Ciro Gomes (PDT) e Padre Kelmon (PTB). Os dois termos mais buscados envolvendo o nome de Bolsonaro foram “porque Bolsonaro comprou leite condensado” e “Bolsonaro já foi preso”. Já envolvendo o nome de Lula foi “Joaquim Barbosa” e “Lula não foi ao debate”.