No contexto das manobras do Centrão para impor uma derrota histórica ao governo na análise da medida provisória (MP) que trata da restruturação da Esplanada dos Ministérios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi novamente pressionado a assumir um papel central na articulação política.

Esse apelo foi reforçado durante uma ligação entre Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na manhã desta quarta-feira, 31. Apesar desse gesto, a apreciação da MP ainda é considerada incerta pelos parlamentares.

Existe uma expectativa de que Lira e Lula se encontrem ainda nesta quarta para discutir possíveis melhorias na interação entre o Executivo e o Legislativo. Mais cedo, Lira e líderes partidários se reuniram de forma emergencial com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para tratar da articulação política.

Antes disso, Padilha se encontrou com Lula e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Além da cobrança por uma participação mais ativa na articulação política, também foi feita a reclamação de que, embora Lula desempenhe um bom papel como chefe de Estado, ele está deixando a desejar como chefe de Governo.

Apesar dos gestos feitos por Lula em direção ao chefe do Legislativo, aliados de Lira ressaltam que a falta de ações concretas mantém um clima de incerteza em relação à apreciação da MP de reestruturação do governo.

Caso a matéria seja derrotada ou perca a validade, será uma derrota histórica para o governo, que precisará recompor a estrutura da Esplanada, mesmo estando no sexto mês de mandato. Nos bastidores, membros do Centrão que têm colaborado pontualmente com o Planalto em votações importantes indicam que a mera presença de Lula não é suficiente.

Agora, é necessário “ser mais generoso e acomodar aqueles que estão ajudando em cargos, além de garantir o pagamento das emendas com regularidade”. A substituição de membros da Esplanada ainda é descartada pelo presidente, de acordo com interlocutores.