Para escapar de nova condenação, presos da Lava Jato fazem delação nos EUA
12 junho 2016 às 17h37

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O executivo da Toyo Setal, Augusto de Mendonça, e o lobista Julio Camargo esclareceram detalhes do esquema de corrupção na Petrobrás envolvendo instituições americanas

Muitos dos presos da Operação Lava Jato optaram por fazer delação premiada para, ao dar informações sobre o esquema de corrupção na Petrobras, tentar reduzir suas penas na Justiça. E não foi só com as autoridades brasileiras que alguns deles colaboraram: Dois dos presos pelas investigações conseguiram negociar também com a Justiça americana.
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Segundo o jornal Folha de São Paulo, outros estariam tentando fazer o mesmo com o objetivo de evitar condenações em solo americano e garantir que as multas que têm que pagar sejam exclusivamente as aplicadas no Brasil.
O executivo da Toyo Setal, Augusto de Mendonça, e o lobista Julio Camargo, que conseguiram firmar o acordo, foram interrogados pelos americanos sobre detalhes nos esquemas de corrupção que envolviam instituições e dinheiro dos Estados Unidos. As negociações foram feitas depois que o procurado Patrick Strokes afirmou que os que lavaram dinheiro da Petrobras nos EUA seriam processados também por lá e poderiam inclusive ser proibidos de entrar no país.
Além de Augusto e Julio, outros presos da Lava Jato também tentam escapar de penas ainda mais duras com a intervenção da Justiça americana. Entre eles, estariam o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, o ex-diretor da empresa, Nestor Cerveró, o doleiro Alberto Yousseff e a empreiteira Odebretch, que estaria tentando negociar delações não só de Marcelo Odebretch como também de quase 50 outros executivos.