Reportagem da revista Época alerta para indícios de que o ex-presidente teria atuado para favorecer empréstimos do banco público para a Odebretch

O senador goiano Ronaldo Caiado (Dem) declarou nesta sexta-feira (10/5) que a investigação do Ministério Público contra o ex-presidente Lula por tráfico de influência no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é mais uma prova de todas as denúncias de corrupção que a oposição vem fazendo em relação ao banco público.

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“Essas informações que estão vindo a tona só confirmam os depoimentos dos delatores do processo da operação Lava Jato. É um enorme esquema de corrupção que envolve a Petrobras, BNDES com tentáculos em empreiteiras e frigorífico”, defendeu o opositor.

Reportagem da revista Época mostrou que o MP tem documentos e depoimentos com indícios de que Lula teria atuado para favorecer empréstimos do BNDES para a construtora Odebrecht realizar obras em países, com Gana, Cuba, Republica Dominicana e Angola.

Conforme a publicação, a Odebrecht foi a “que mais se beneficiou com o dinheiro barato do banco estatal. Só no ano passado.” A empresa teria recebido US$ 848 milhões em operações de crédito para tocar empreendimentos no exterior — 42% do total financiado pelo BNDES.

Para Caiado, a suspeita contra o ex-presidente revela um padrão de atuação do BNDES no governo do PT que privilegia o calendário eleitoral desses países; a reorientação das obras para empreiteiras que sustentem os “mimos” de Lula e caixa 2 de campanha no Brasil e caracteriza mais um grande esquema de corrupção praticado pelo PT. “Todas essas denúncias só serão esclarecidas com a CPI do BNDES”, descata.

O democrata chegou a protocolar no último dia 8 de abril requerimento de criação da CPI que pretende investigar o BNDES no Senado. A ação de Caiado teve início após a publicação de uma entrevista exclusiva ao Jornal Opção do procurador da República, Hélio Telho, quando este atentou para a possibilidade de um escândalo dentro do BNDES ainda maior que o mensalão ou o “petrolão”.

“Faltam apenas poucas assinaturas para protocolarmos a CPI. Precisamos priorizar informações que comprovem a ingerência política no banco público que mudou seu perfil e age conforme estratégia do Foro de São Paulo”, defendeu o senador.