Palocci diz que Lula acertou R$ 300 mi da Odebrecht para PT: “Pacto de sangue”
06 setembro 2017 às 18h55

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Ex-ministro prestou depoimento nesta quarta-feira (6/9) ao juiz Sergio Moro

O ex-ministro Antonio Palocci incriminou o ex-presidente Lula em ação sobre propinas da Odebrecht durante depoimento prestado nesta quarta-feira (6/9) ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba.
Durante as declarações, Palocci confessou ter praticado crimes na Petrobrás e disse que Lula citou R$ 300 milhões da Odebrecht para o esquema do partido. “Emílio Odebrecht fez pacto de sangue com Lula”, alertou.
“Nos últimos dias do governo Lula, antes da posse de Dilma, Emílio levou um pacote de propinas para o ex-presidente Lula, o terreno do instituto Lula, o sítio de Atibaia, ele fez a reforma, e também disse que também tinha disposição para dar a ele R$ 300 milhões. Fiquei bastante chocado porque não achava que era assim”, afirmou.
Questionado sobre o relacionamento da empresa com o governo, o ex-ministro afirmou que era “fluído e na base de confiança”. “Tudo que pedíamos eles atendiam”, afirmou.
De acordo com ele, havida medo da ex-presidente Dilma Rousseff. “A relação no governo Dilma com Odebrecht não foi fluída, mas foi grande”, ponderou.
“Denúncia procede, fatos são verdadeiros, diria apenas que dizem respeito a um capítulo de um livro maior, da relação da Odebrecht com o governo Lula e Dilma”, disse, afirmando que houve caixa 2, pagamento de propina e desvio de dinheiro.
Segundo o ex-ministro, a Odebrecht tinha livre trânsito nos governos Lula e Dilma. “Na Petrobrás as diretorias eram nomeadas e se desenvolveu através delas, PT, PMDB e PP. Desenvolveu-se intenso financiamento partidário de políticos, pessoas, empresas, então, foi um ilícito crescente”, continuou.
Palocci disse ainda que quando o ex-presidente petista foi reeleito, disse “que soube na área de serviços e abastecimento (Petrobras) que estava havendo muita corrupção”. “Eu confirmei. Ele perguntou se estava adequado, eu disse que não. Ele pensou em mudar, mas aí veio o Pré-Sal e o governo comemorou muito”, denunciou.