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O ex-secretário de Finanças de Palmelo, Gilmar Martins Dias Júnior, foi preso nesta quinta-feira, 2, suspeito de manipulação de despesas públicas e desvio de cerca de R$ 4,6 milhões. Segundo a investigação da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), a operação, intitulada Operação Arcário, também resultou na quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-secretário. Além dele, outras duas pessoas foram presas, e quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos.

A investigação que levou à prisão do ex-secretário de Finanças iniciou após denúncia feita pela própria Prefeitura de Palmelo. A administração municipal identificou que o secretário teria manipulado os lançamentos de despesas públicas, inserindo dados falsos e utilizando senhas de outras secretarias para desviar aproximadamente R$ 4,6 milhões dos cofres públicos.

Em entrevista ao Jornal Opção, o prefeito Renato Damásio (Podemos) afirmou anteriormente que o rombo representa cinco meses da folha de pagamento do município, avaliada em R$ 1 milhão. “A nossa cidade tem uma arrecadação mensal abaixo de R$ 2 milhões e uma folha de pagamento quase R$ 1 milhão. (…) Talvez 5 milhões para as grandes prefeituras seja um valor muito insignificante, mas para Palmelo esse valor é muito significante.”

Em nota, a Prefeitura de Palmelo ressaltou que as investigações iniciaram após denúncia do município. “Ao identificar inconsistências graves e manipulações nos lançamentos de despesas, esta municipalidade não hesitou em acionar os órgãos de controle e persecução penal. Desde a constatação dos ilícitos, o município tem empreendido uma luta incessante, adotando medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis para cauterizar a sangria do erário e estancar a dissipação patrimonial por parte dos investigados”, afirmou.

O texto também elogiou a Operação Arcário e a atuação da PCGO. “A ação diligente e coordenada das autoridades competentes, reacende a confiança de que os recursos desviados serão recuperados e de que os responsáveis serão exemplarmente punidos na forma da lei”, disse o documento. O Jornal Opção tentou em entrar em contato com a defesa do ex-secretário de Finanças, mas não houve retorno. O canal segue acerto.

Investigações

Durante as apurações, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) descobriu que o investigado adquiriu vários imóveis e veículos de luxo, que, em seguida, eram transferidos para parentes e terceiros, numa tentativa de ocultar os bens ilícitos adquiridos com os recursos desviados. A investigação também apura a participação de outros possíveis beneficiários do esquema.

Conforme a PCGO, os envolvidos podem responder pelos crimes de peculato, inserção de dados falsos em sistemas de informações, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas para esses crimes podem chegar entre 6 anos e 6 meses até 31 anos de reclusão, caso sejam condenados pelos crimes.

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