O pai de uma menina de 13 anos que quer impedir que ela faça o aborto legal acompanhou a adolescente em uma consulta médica no Hospital Estadual da Mulher (Hemu), em Goiânia. A menina teria engravidado de um homem de 24 anos, o que se caracteriza como estupro de vulnerável, e, segundo fontes, teria deixado claro que não gostaria de manter a gravidez. O pai da vítima, no entanto, entrou com pedido na Justiça para impedir o aborto legal.

Nesta terça-feira, 9, advogados, membros do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás e a Polícia Militar estiveram no hospital para garantir que o pai da menina participasse de uma consulta marcada. De acordo com fontes ouvidas sob reserva pelo Jornal Opção, a intenção do pai é que a menina coloque a criança fruto de um abuso para a adoção. Essa fonte também informou que, no fim, a criança seria doada para um parente.

“Nessa situação, não só do ponto de vista legal, é um direito. Uma vítima de estupro tem o direito do aborto previsto em lei, como também as meninas nessa idade tem o risco muito grande de complicações”, disse outra fonte ouvida pelo Jornal Opção.

“A saúde dela não está sendo ouvida, embora a gente perceba que a rede de proteção está cuidando muito bem, Conselho Tutelar, Defensoria, Ministério público. Mas a gente tem aí sentenças de uma juíza e agora de uma desembargadora que impede um procedimento que protege a vida dela”, completou.

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