Colaboração de Fabrício Vera

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira, 27, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (SD), afirmou que os pagamentos feitos a contratados pela Prefeitura são feitos por “ordem cronológica”, mas que cada secretaria tem “suas prioridades”. A fala de Rogério ocorre após o Secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara, ser preso em ação do Ministério Público que investiga os crimes de associação criminosa e pagamento irregular em contrato administrativo no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Segundo Rogério, a cronologia que deve ser utilizada para pagamentos foi instituída em decreto assinado em fevereiro de 2024 e que todas as pastas devem ter “justificativa para fazer os seus pagamentos”.

O prefeito também explicou que Pollara, o secretário executivo da pasta, Quesede Ayres Henrique, e o diretor financeiro, Bruno Vianna Primo, estão afastados de suas atividades e o chefe do Executivo já anunciou Cynara Mathias como secretária de Saúde interina.

A servidora efetiva Acácia Cristina Marcondes Almeida Spirandelli, especialista em Saúde e mestre em Saúde Coletiva, assume a secretaria Executiva. O servidor efetivo e especialista em Saúde, Bruno Costa, assume como diretor financeiro da pasta. Eles substituem os outros dois presos na operação do Ministério Público.

O prefeito de Goiânia ainda rebateu falas de que já teria “jogado a toalha” e abandonado a Prefeitura. “Algumas pessoas dizem que eu estou sumido. Eu estou todos os dias no Paço Municipal preparando a Prefeitura para ser bem entregue ao próximo gestor. Não estou afastado como muitos andam dizendo e o meu compromisso com a cidade é até o dia 21 de dezembro. Eu não sou uma pessoa de jogar a toalha e não me furto ao trabalho”, afirmou na coletiva.   

A ausência do prefeito foi observada, pois durante a crise da saúde não foi visto uma ação concreta da atual gestão para lidar com a crise sobre o assunto e o que ficou nítido foi o trabalho de articulação do prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), para conseguir ampliar as vagas de UTI em Goiânia nesta semana com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde.

Prisão de Pollara

Wilson Pollara, foi preso na manhã desta quarta-feira, 27, durante operação do Ministério do Ministério Público (MP). O secretário executivo da pasta, Quesede Ayres Henrique, e o diretor financeiro, Bruno Vianna Primo, também foram detidos e conduzidos à Casa do Albergado suspeitos de associação criminosa e pagamento irregular em contrato administrativo no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). 

Foi determinado ainda o afastamento cautelar e, consequentemente, a suspensão do exercício das funções públicas dos três investigados. O órgão também cumpriu, com o auxílio da Polícia Militar de Goiás (PMGO), oito mandados de busca e apreensão na sede da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, nas residências dos alvos de prisão e de um empresário que presta serviços à pasta. Um dos alvos estava em posse de mais de R$ 20 mil em espécie.

A investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada no Patrimônio Público (GAEPP), aponta que a prática reiterada de crimes por parte dos investigados, como a concessão de vantagens em contratos, ocasionando prejuízo para a administração pública. Foi constatada a existência de pagamentos irregulares, inclusive com preterição da ordem cronológica de exigibilidade.

Conforme apurado, Pollara, Quesede e Bruno deixaram de repassar verbas públicas previstas em convênios a entidades do terceiro setor, que são responsáveis pela gestão de unidades hospitalares e maternidades da capital, especialmente à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc). A falta de verba fez com que a Fundahc, de acordo com o MP, ficasse com passivo de R$ 121,8 milhões junto a fornecedores, portanto, sem condições de funcionamento regular.

Paralelamente à atuação do esquema criminoso, a rede pública de saúde da capital enfrenta uma crise de gestão multifatorial, caracterizada pela desestruturação progressiva da assistência hospitalar e a restrição ao acesso a leitos de enfermaria e UTI – o que já provocou a morte de cinco pessoas em menos de uma semana. 

A falta de inúmeros básicos e a interrupção de serviços essenciais, assim como graves deficiências em políticas públicas de assistência básica, descumprimento reiterado de decisões judiciais e indícios de irregularidades em diversas contratações, também são um reflexo das práticas criminosas orquestradas na SMS, de acordo com o MP. A situação resultou em violações massivas de direitos fundamentais, especialmente dos direitos à vida e à saúde da população dependente do Sistema Único de Saúde (SUS).

Caos na saúde 

Conforme apurado, Pollara, Quesede e Bruno deixaram de repassar verbas públicas previstas em convênios a entidades do terceiro setor, que são responsáveis pela gestão de unidades hospitalares e maternidades da capital, especialmente à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc). A falta de verba fez com que a Fundahc, de acordo com o MP, ficasse com passivo de R$ 121,8 milhões junto a fornecedores, portanto, sem condições de funcionamento regular.

Paralelamente à atuação do esquema criminoso, a rede pública de saúde da capital enfrenta uma crise de gestão multifatorial, caracterizada pela desestruturação progressiva da assistência hospitalar e a restrição ao acesso a leitos de enfermaria e UTI – o que já provocou a morte de cinco pessoas em menos de uma semana. 

A falta de inúmeros básicos e a interrupção de serviços essenciais, assim como graves deficiências em políticas públicas de assistência básica, descumprimento reiterado de decisões judiciais e indícios de irregularidades em diversas contratações, também são um reflexo das práticas criminosas orquestradas na SMS, de acordo com o MP. A situação resultou em violações massivas de direitos fundamentais, especialmente dos direitos à vida e à saúde da população dependente do Sistema Único de Saúde (SUS).

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde ainda não se manifestou. As defesas de Pollara, Quesede e Bruno não foram localizadas pela reportagem. O espaço segue aberto. A Secom Goiânia se manifestou em nota.

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