Paes defende Pedro Paulo, que confessou ter agredido ex-mulher, para Prefeitura do Rio

16 novembro 2015 às 13h07

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Para atual prefeito, secretário seria o melhor nome, mesmo após divulgação de casos de agressão. Ataques não são relevantes no âmbito da “dimensão pública” de Pedro, diz

Mesmo sob forte polêmica após virem à tona casos de agressão envolvendo a ex-mulher, a turismóloga Alexandra Mendes, o secretário executivo de Coordenação de Governo do Rio, Pedro Paulo (PMDB), segue como o principal candidato do prefeito Eduardo Paes à sua sucessão. Paes chegou, inclusive, a minimizar os ataques de Pedro à Alexandra, classificando-os como “assuntos privados”.
Em entrevista a Folha de São Paulo, Paes defendeu que, como aconteceram no âmbito da vida privada, os episódios não interferem no apoio à Pedro Paulo. “Não estamos falando algo da dimensão pública dele. Na dimensão pública, ele é o quadro mais preparado”, falou.
“Não estou buscando um homem perfeito. Quero um candidato que governe bem a cidade. E o meu candidato a prefeito é Pedro Paulo”, disse ele.
Paes ainda disse que a situação de Pedro Paulo é similar à do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa. “Ele tinha um caso de agressão à sua ex-mulher. Isso é da vida pessoal dele e não atrapalhou a nomeação dele para o Supremo e seu desempenho”, declarou.
Agressão
As denúncias são de que em fevereiro de 2010, durante uma briga iniciada por causa de uma traição de Pedro Paulo, ele teria agredido a então esposa com socos e pontapés, além de ter quebrado um dente de Alexandra. O episódio causou a separação do casal.
Inicialmente, Alexandra confirmou as agressões ao Ministério Público. Depois, mesmo com Pedro Paulo admitindo pelo menos dois episódios de violência, Alexandra disse ter feito a denúncia em um momento de abalo emocional. “Reitero enfaticamente que Pedro nunca me agrediu […] . Tudo foi invenção minha num momento de desespero do fim do relacionamento conturbado”, disse, em nota.
Pedro Paulo ainda tentou minimizar os episódios afirmando que se trataram de casos isolados, o que não seria enquadrado na Lei Maria da Penha. “A lei Maria da Penha é clara nesse sentido. Ela distingue o que são episódios de briga de casal, que acontecem no cotidiano da famílias, do que é um ato de violência familiar”, afirmou ele. Vale lembrar que o texto legal não diz nada sobre a quantidade de ocorrências necessárias para que se caracterize agressão.