O Padre Robson de Oliveira criou uma nova associação católica em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, chamada de Associação Obra de Cristo. Segundo a entidade, o objetivo é reunir fiéis para levar a palavra e os ensinamentos de Jesus ao cotidiano das pessoas pelo Brasil e o mundo.

Além de ser o criador, o Padre Robson é também o presidente da Associação Obra de Cristo. A entidade é ligada à Diocese de Mogi das Cruzes (SP), onde o sacerdote está lotado.

Ainda conforme a Associação Obra de Cristo, o trabalho é feito por meio de cartas evangelizadoras e pelos meios de comunicação.

O Jornal Opção entrou em contato com a assessoria da Associação Obra de Cristo e aguarda o retorno da entidade.

Operação Vendilhões

Nascido em Trindade, padre Robson de Oliveira foi alvo da Operação Vendilhões, que teve início no ano de 2020, e apurou eventuais desvios financeiros na gestão da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), entidade que era presidida pelo religioso. No entanto, a investigação foi arquivada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A Associação foi idealizada para gerir as doações em dinheiro enviadas por fiéis e, com o valor arrecadado, cerca de em torno de R$ 20 milhões por mês, segundo o MPGO para erguer o novo Santuário Basílica de Trindade, conhecida como a capital da fé em Goiás.

Trata-se de uma mega construção iniciada em 2012, que tinha previsão inicial de término em 2022 e era orçada em R$ 100 milhões. Até o início do ano passado, apenas 17% do projeto tinham sido concluídos e o valor total da obra acabou revisado para R$ 1,4 bilhão. A obra não foi concluída.

O padre foi afastado da presidência da Afipe, assim que a Operação Vendilhões foi deflagrada e surgiram as suspeitas de que ele teria usado o dinheiro para comprar fazendas e até casa na praia. Os demais padres redentoristas de Goiás se organizaram para manter as atividades tanto da Basílica de Trindade, que recebe milhares de fiéis de várias partes do país, quanto da associação.

Logo após o escândalo, as doações de fiéis registraram queda de 80%. Em abril de 2021, a Afipe já tinha conseguido reduzir um pouco o impacto para 50%.

Processo arquivado

Uma ação ajuizada pelo Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO) transitou em julgado e foi arquivada definitivamente pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em abril de 2022. Em contrapartida, o MP-GO informou que já ingressou com mandado de segurança na Corte Especial, questionando a decisão da Sexta Turma em não admitir o recurso proposto pelo órgão goiano.

De acordo com a promotoria, apesar da conclusão do processo originário, ainda fica pendente mais essa ação para julgamento.

No entanto, o advogado do padre Robson, Cleber Lopes, salienta que a decisão do STJ confirma o que concluiu anteriormente o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), de que não houve crime algum do religioso quando presidiu a Afipe.

Acerca da sentença da Corte Supeior, a defesa esclareceu que o MP-GO não recorreu dentro do prazo e que houve o trânsito do processo em julgado, agora, não tendo mais mais recurso.

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