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Israel se prepara para a chegada da flotilha, com mais de 50 embarcações, à costa da Faixa de Gaza, neste final de semana. As autoridades israelenses ainda discutem o que fazer com centenas de ativistas à bordo das embarcações que deixaram o porto de Barcelona há duas semanas e, neste momento, estão atracadas na Grécia.

Permitir que a flotilha navegue até o porto de Gaza, como pretendem os participantes, para evitar imagens de um confronto direto entre militares e militantes, foi até cogitado, mas devido à questões legais e de segurança essa possibilidade já foi descartada.

Israel pretende cumprir, sem exceções, a declaração oficial do bloqueio naval, estabelecido há 23 meses, que proíbe a aproximação de qualquer embarcação ao porto de Gaza.

As Forças de Israel afirmam que, de acordo com os serviços de inteligência, há muito mais que ajuda humanitária no porão de vários barcos que compõe a flotilha, como munição para o Hamas. Por isso, mesmo que a ajuda humanitária seja entregue, toda as mercadorias deverão passar por inspeção assim como as embarcações. Assim, foi decidido que a flotilha será abordada de maneira similar ao que aconteceu há alguns meses quando barcos, também liderados por Greta Thunberg, tiveram que atracar no porto de Ashdod em Israel e os participantes foram deportados.

Na última quinta-feira, 25, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, criticou a flotilha por ter recusado uma proposta da Itália para entregar no Chipre a ajuda humanitária que está levando para a Faixa de Gaza.

“Israel aceitou a proposta do governo italiano de descarregar a ajuda no porto do Chipre e, em seguida, transferi-la para Gaza. A flotilha rejeitou a proposta italiana, provando que seu verdadeiro propósito é a provocação e servir ao [grupo terrorista] Hamas”, escreveu Sa’ar no X.

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“Israel não permitirá que embarcações entrem em zonas de combate ativas e não permitirá a violação de um bloqueio naval legal”, acrescentou o ministro.

Segundo informações da agência Reuters, a Itália havia proposto que os suprimentos de ajuda humanitária fossem descarregados no Chipre e entregues ao Patriarcado Latino de Jerusalém, da Igreja Católica, que os distribuiria em Gaza.

Porém, ativistas italianos rejeitaram em nome da flotilha nesta quinta-feira. “Nossa missão permanece fiel ao seu objetivo original de romper o cerco ilegal [de Israel] e entregar ajuda humanitária à população sitiada de Gaza”, afirmaram em comunicado.

Os governos da Itália e Espanha mobilizaram navios de guerra para acompanhar a flotilha, que tem cerca de 50 embarcações, após relatos de que teria sido atacada por drones.

Quando se aproximarem do bloqueio naval, a marinha israelense deverá agir de acordo com as regulamentações internacionais e, através de megafones, deverá ordenar que os barcos mudem de direção e cooperem de forma pacífica para evitar enfrentamentos. Caso aja uma recusa, os militares deverão subir à bordo das embarcações e tomar o controle à força, para que sejam rebocadas ao porto de Ashdod.

Assim que desembarcarem, os ativistas serão fichados e em seguida deportados do país. No entanto, autoridades israelenses cogitam prender e julgar alguns ativistas, principalmente os que repetem pela segunda vez a tentativa de furar o bloqueio naval legal, como Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila. Se foram condenados eles deverão passar pelo menos 5 anos presos em penitenciárias restritas apenas à terroristas, por colaboração com o terror.

O serviço secreto de Israel e outros países que acompanham de perto a flotilha, revelaram recentemente que muitas dessas embarcações são financiadas e organizadas diretamente pelo Hamas, e que a intenção não é levar apoio aos palestinos de Gaza e que trata-se de uma farsa do início ao fim, já que, se o objetivo se o objetivo era levar ajuda humanitária, os organizadores da flotilha teriam aceitado de pronto a proposta italiana para o desembarque das mercadorias em Creta, a poucas milhas de Israel e de Gaza.

A marinha israelense voltou a reiterar que a entrada de barcos numa zona de combate ativa não será permitida e que a violação do bloqueio naval não será autorizada em hipótese nenhuma.