Orçamento previsto para 2023 é de R$ 2,1 bilhões. Para acompanhar a inflação e manter montante no nível de 2016, o valor deveria ser de R$ 3,2 bilhões

Instituto Federal Goiano | Foto: Reprodução

Em 2023, o orçamento do Ministério da Educação (Mec) estará R$ 300 milhões mais curto do que o deste ano. Segundo reitores de institutos de ensino federais, os cortes estão progressivamente aumentando desde 2016, e a previsão para o setor é a menor no período: R$ 2,1 bilhões. A informação foi enviada aos reitores dos institutos pelo MEC nesta semana, e é apenas uma antecipação, porque depende do envio da PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) pelo governo ao Congresso até agosto.

A verba é destinada ao pagamento das despesas de custeio, que incluem gastos como água, luz, limpeza e bolsas dos alunos. Segundo Cláudio Alex Jorge da Rocha, presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) em entrevista ao UOL, para que os gastos acompanhassem a inflação, o orçamento discricionário deveria ser de pelo menos R$ 3,2 bilhões. 

O corte afeta estudantes de baixa renda, pois 70% da rede federal é formada por alunos de famílias da classe C e D, que dependem das bolsas de permanência. Afeta também a pesquisa científica e programas de iniciação à docência, que dependem de bolsas para estudantes. Afeta o funcionamento dos 600 campi pelo Brasil, que voltaram ao ensino presencial em sua totalidade neste ano e recebem 1,5 milhões de estudantes.

Ainda segundo reportagem do UOL, a frente da educação da Câmara dos Deputados afirma que tem atuado nessa mobilização. O deputado federal Israel Israel Batista (PSB-DF) relatou ao veículo que tem participado das reuniões com reitores e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) para apresentar uma série de estudos buscando a recomposição desse orçamento.