“O governo hoje não tem os votos. Quer ganhar por métodos não republicanos e não temos controle sobre isso. Mas o nosso papel vamos cumprir”, disse líder da minoria

A oposição na Câmara Federal, que não aceitou a proposta de acordo com o governo, vai colocar o chamado “kit obstrução” e obstruir a reforma da Previdência. Este apanhado se trata de vários procedimentos que trazem requerimentos para o adiamento da votação, bem como retirada de pauta e verificação de votação.
O governo tinha proposto, na manhã desta terça, 9, que a oposição retirasse a obstrução em Plenário. O intuito era que parlamentares discutissem a pauta e já votassem nesta quarta, 10, com dois requerimentos de obstrução, apenas.
Jandira Feghali (PCdoB-RJ) vê o quadro de adiamento da votação para quarta como insegurança do governo, acerca do número de votos que dispõe para aprovar a matéria.
“O governo hoje não tem os votos. Quer ganhar por métodos não republicanos e não temos controle sobre isso. Mas o nosso papel de oposição vamos cumprir. Vamos tentar os dissidentes dessas legendas, os evangélicos e todos aqueles que não querem votar contra as mulheres, os professores e os profissionais de segurança”.
Divergência
Tanto bancada feminina quanto evangélica estão reunidas para debater o tema, uma vez que, boa parte dos parlamentares, conforme a legisladora, divergem de alterações na pensão por morte.
“Eles não querem votar uma série de pontos no texto, que envolvem viúvas, órfãos, porque a pensão por morte é uma das maiores crueldades, pois coloca a pensão por morte abaixo do salário mínimo”, afirmou Feghali.
O vice-líder da minoria, o petista José Guimarães (CE) lembrou que a oposição tem direito a nove destaques e que “serão 72 horas de grandes tempestades no Plenário”. Já Joice Hasselman (PSL-SP), líder do governo no Congresso, garantiu que, com ou sem acordo, a reforma será aprovada. “A oposição vai se surpreender com a votação”, provocou ela, que acredita que a base tenha 342 votos.
“Vamos ter o quórum (para dar início à votação). Terminando essa sessão, a gente faz uma reunião para eventualmente saber se há um acordo, mas não faz diferença: ou vai no acordo com o debate longo e a votação sem obstrução ou com obstrução reduzida, ou com obstrução longa, a gente vence a obstrução e vota a reforma”, encerrou.
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