Entidades que representam operadoras de planos de saúde pedem alterações no processo de consulta pública promovido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) solicitou a suspensão da Consulta Pública nº 145, enquanto a Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde) defende a ampliação do prazo de contribuições em pelo menos 90 dias.

A consulta, aberta em outubro e válida até 3 de fevereiro de 2025, reúne propostas que abrangem mudanças significativas no setor. Entre elas, estão o reajuste anual de mensalidades de planos individuais e familiares, a definição de limites para coparticipação e franquias, além de medidas de regulação financeira, revisão técnica e venda on-line de planos.

Para a Abramge, a combinação de temas diversos em um único processo prejudica a participação social e dificulta análises aprofundadas. “A condução da consulta pública com temas tão díspares e de tamanho impacto viola a participação social, atraindo a nulidade do ato”, afirmou a associação em documento enviado à ANS.

O presidente da Abramge, Gustavo Ribeiro, defendeu que as consultas sejam realizadas separadamente: “É imprescindível que cada norma proposta tenha sua própria consulta, com prazo adequado para permitir uma análise mais detalhada e efetiva”. A entidade propõe um prazo de 45 dias para cada tema.

A Fenasaúde, por sua vez, apontou a necessidade de estudos técnicos, econômicos, atuariais e jurídicos para embasar as contribuições. Em ofício, a federação classificou os prazos atuais como “exíguos” diante da relevância dos assuntos e pediu a extensão do período de consulta em pelo menos três meses.

O processo já passou por uma fase inicial, na qual a ANS recebeu 79 contribuições de 41 empresas, seis entidades representativas, nove cidadãos e três associações de defesa do consumidor. Após a análise dessas propostas, a agência publicou um relatório preliminar em 16 de dezembro e o colocou em nova consulta pública.

A ANS ainda não respondeu às solicitações da Abramge e da Fenasaúde. As mudanças em debate podem influenciar tanto o modelo de reajuste das mensalidades quanto a relação entre consumidores e operadoras no mercado de saúde suplementar.

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