Operações contra corrupção devem recuperar R$750 milhões para os cofres públicos até 2022
09 janeiro 2020 às 12h45
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Ações realizadas pela polícia com apoio do Governo do Estado desarticulam quadrilhas e recuperam milhões para os cofres públicos
Uma ação iniciada em 2019 a mando do governador Ronaldo Caiado (DEM) à Secretaria de Segurança Pública está em fase de recuperação de R$253,9 milhões desviados dos cofres públicos ou obtidos de forma fraudulenta nos últimos anos. A operação pretende combater casos de corrupção no Estado de Goiás. Até 2022, está prevista a recuperação de R$750 milhões.
A polícia do Estado trabalha na desarticulação de quadrilhas envolvidas com corrupção e lavagem de dinheiro. Do dinheiro, R$158,5 milhões são objeto de ressarcimentos, retenção de pagamentos, suspensão e anulação de contratos, bem como renegociações. A Operação Cegueira Deliberada sequestrouR$ 44 milhões por fraudes em licitação e desvio de recursos no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), ocorridos entre 2015 e 2019.
Na Operação Metástase foi investigada a associação criminosa que ligava o Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado (Ipasgo) e o Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh). Neste caso, a Justiça bloqueou R$50,5 milhões, desviados do Ipasgo, entre 2013 e 2018. Mandados de busca e apreensão contra 19 alvos ajudaram na apreensão de uma aeronave, carros de luxo e obras de arte.
Havia diversos meios de desvios de dinheiro, conforme a investigação, inclusive superfaturamentos e tratamentos quimioterápicos indevidos em pacientes. A Polícia Civil instaurou três inquéritos para apurar mortes de pacientes relacionados a isso. “Se o médico sabe que o remédio não fará efeito e reduzirá a sobrevida do paciente, não é dolo eventual, mas sim direto. Isso é gravíssimo e revoltante. É uma situação que causa indignação a toda a sociedade”, declarou o secretário da SSP, Rodney Miranda. Medicamentos vencidos para quimioterapia também foram apreendidos.
O esquema fraudulento no Ipasgo, que existia desde 2011 e só teve fim em 2019, com as investigações, gerou um prejuízo de R$500 milhões. Com a recuperação do montante das operações no Detran e no Ipasgo, a projeção é recuperar R$750 milhões até 2022.