Na próxima semana, a partir de segunda-feira (26), terá início a segunda etapa das audiências de instrução, quando serão ouvidos todos os acusados

O juiz federal substituto Francisco Vieira Neto, da 11ª Vara Federal de Goiás, deu por encerrada na tarde desta sexta-feira (23/5) a primeira etapa da instrução criminal do caso Cachoeira, resultante das investigações da Polícia Federal na Operação Monte Carlo. Desde a última segunda-feira (19), foram ouvidas cerca de 30 testemunhas. A maioria dos depoentes apresentou um discurso abonador, recaindo apenas em questões relacionadas ao caráter e à personalidade dos acusados.

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Na próxima semana, a partir de segunda-feira (26), terá início a segunda etapa das audiências de instrução, quando serão ouvidos todos os réus. Os dias em que cada acusado será interrogado ainda não foram definidos pelo juiz responsável. No entanto, os envolvidos na instrução criminal que não residem na capital goiana terão preferência na escolha de datas para os interrogatórios.

Dentre os réus estão policiais militares: o coronel Sérgio Katayama; o delegado Aredes Correia; o irmão de Carlos Cachoeira, Paulo Roberto de Almeida Ramos; e o ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu.

Nesta sexta-feira, durante a última audiência desta etapa inicial, foram ouvidas duas testemunhas em favor de Thiago de Almeida Ramos, sobrinho de Carlinhos Cachoeira. Os depoentes enalteceram o caráter do réu de maneira positiva e negaram qualquer envolvimento dele com a associação criminosa que era comandada por seu tio.

Com o mesmo teor abonatório foram os testemunhos concedidos em prol do irmão de  Cachoeira, Paulo Roberto de Almeida Ramos. O proprietário da Mapa Construtora é acusado de receber R$ 1 milhão entre 2010 e 2011 da Alberto e Pantoja Construções criada exclusivamente para ser destinatária de verba da Delta.

Durante o primeiro dia de depoimentos ganhou destaque a existência do documento, de autoria da então Secretaria de Segurança Pública (SSP), que coibia a atuação de PMs no combate à contravenção no Entorno do Distrito Federal. “Dizia-se que a Polícia Militar deveria seguir sua atividade de polícia ostensiva, e o combate ao jogo de azar seria uma atividade que demandava investigação”, explicou tenente-coronel Laércio dos Santos, em depoimento.

Na terça-feira (20), a audiência foi guiada pela defesa do delegado Aredes Correia Pires, acusado de conceder informações privilegiadas a Cachoeira sobre as atividades do serviço de inteligência da Polícia Civil (PC). Entre as testemunhas ouvidas pelo juiz federal substituto, estava o delegado-geral da PC, João Carlos Gorski. Na ocasião, o titular alegou desconhecer qualquer envolvimento entre Cachoeira e o delegado.