Operação Monte Carlo: Delegado-geral da Polícia Civil depõe durante audiência
20 maio 2014 às 19h46
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João Carlos Gorski alegou desconhecer qualquer envolvimento entre Carlinhos Cachoeira e o delegado Aredes Correia
O segundo dia de audiências do julgamento dos 50 réus denunciados na Operação Monte Carlo foi guiado pela defesa do delegado Aredes Correia Pires, acusado de conceder informações privilegiadas ao empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, sobre as atividades do serviço de inteligência da Polícia Civil (PC). Entre as testemunhas ouvidas pelo juiz federal substituto Francisco Vieira Neto na tarde desta terça-feira (20/5), está o delegado-geral da PC, João Carlos Gorski.
Na época em que a operação foi deflagrada, o titular ocupava o cargo de gerente da Superintendência da Inteligência da então Secretaria de Segurança Pública e Justiça (SSP), a qual Aredes estava designado exercendo a função de corregedor. Em seu depoimento, Gorski alegou desconhecer qualquer envolvimento entre Cachoeira e o delegado.
O titular também afirmou que detinha informações sobre a existência de vários locais, sobretudo no Entorno de Brasília e na capital goiana, onde era comum a prática de jogos ilegais. “Havia operações de rotina, isso era praxe. Existiam muitas máquinas, sobretudo no Entorno; então tinham serviços pontuais neste sentido”, explicou. O delegado-geral acrescentou que em nenhum momento teve conhecimento acerca da associação criminosa comandada por Cachoeira até a deflagração da Operação Monte Carlo.
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Durante a audiência desta terça-feira também foi ouvido o delegado responsável há sete anos pelo Grupo Tático da Polícia Civil (GT3), André Gustavo Cortês. Consta nos autos que, no dia 31 de maio de 2011, Cachoeira contatou Aredes para buscar informações sobre a atuação do grupo em relação às investigações que envolviam atos de contravenção em Goiás. No entanto, em seu depoimento, André negou que Aredes tenha o procurado com tal objetivo.
Na mesma intercepção telefônica, Carlinhos Cachoeira aparece questionando a Aredes acerca das atividades do então delegado adjunto da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), Alexandre Pinto Lourenço, responsável por investigar casas que exploravam jogos ilegais em Goiás, e que foi afastado do cargo três meses depois de iniciadas as investigações.
Quando o esquema criminoso foi descoberto, Aredes afirmou que desconhecia as atividades ilegais ligadas ao empresário, mas reconheceu o tom de imoralidade presente nas conversas que mantinha com o empresário.
Também prestaram neste segundo dia de audiências depoimento os ex-gerentes de operações da Polícia Civil Carlos Roberto Teixeira e Deusni Aparecido Silva Filho. Ambos afirmaram desconhecer a relação entre Cachoeira e o então corregedor durante o período anterior à deflagração da Monte Carlo.
Audiências
Os trabalhos da instrução criminal do caso Cachoeira tiveram início na tarde desta segunda-feira (19/5) e devem seguir até a próxima sexta-feira (23/5). A expectativa é que mais de 200 testemunhas sejam ouvidas nesta etapa. Na próxima semana, a partir do dia 26, os 50 envolvidos nas investigações da Operação Monte Carlo citados na instrução serão ouvidos. Os réus que residem em outros municípios serão os primeiros a prestarem depoimento.