Uma nova operação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) para combater a crise hídrica no município de Faina, no centro goiano, foi deflagrada nesta sexta-feira, 17, com a participação de órgãos ambientais municipais e estaduais. A cidade decretou situação de calamidade pública após todos os moradores ficarem sem água.

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A ação, que contou ainda com auxílio do Corpo de Bombeiros,  Polícia Militar (PM) e Polícia Civil (PC) identificou erosões no solo, além de bombas irregulares instaladas em rios da região, que estavam desviando água para irrigar pomares e plantações. Ao todo, seis pontos de captação não autorizada foram interrompidos em propriedades rurais. 

Os responsáveis foram notificados e terão 60 dias para regularizar a situação, sob pena de multa. Em algumas propriedades, embora não houvesse bomba instalada, foram encontradas mangueiras para captação de água. 

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) também orientou o município sobre a necessidade de regularização das outorgas de água. A visita às nascentes dos rios não foi realizada, pois os proprietários não haviam sido previamente informados. 

Devido à complexidade do trabalho nas nascentes, a etapa será realizada futuramente, priorizando  os pontos já identificados. Conforme o MP, o Rio do Peixe é a principal fonte de captação de água para abastecimento da população local e enfrentou uma situação crítica na semana passada, quando o curso d’água praticamente secou. 

O Corpo de Bombeiros precisou utilizar um auto-tanque para transportar água de um manancial próximo e garantir o abastecimento da cidade, evitando a interrupção total do fornecimento. O órgão afirmou que a crise hídrica em Goiás é causada principalmente pela estiagem extrema, degradação do solo e uso irregular da água dos rios.