Operação ‘Falsa Central’ cumpre 37 mandados de prisão contra associação de estelionatários digitais
21 novembro 2024 às 08h13
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A Operação ‘Falsa Central’ foi deflagrada na manhã desta quinta-feira, 21, pela Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO). Ao todo, são 95 mandados judiciais, sendo 58 de busca e apreensão e 37 de prisão contra um grupo especializado em golpes digitais da falsa central de banco. Além disso, outras 438 contas bancárias dos suspeitos foram bloqueadas. O prejuízo estimado das 27 vítimas goianas do estelionato é de R$200 mil.
A atuação da polícia goiana se dá com apoio do Laboratório Cibernético (CiberLab), da Diretoria de Operações Integradas (Diopi/Senasp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Além disso, estão envolvidas na Operação ‘Falsa Central’ as polícias civis de São Paulo, do Pernambuco, do Pará, do Piaui e do Ceará.
Os suspeitos podem responder por estelionato na modalidade fraude eletrônica e/ou furto mediante fraude eletrônica, além do crime de associação criminosa e lavagem de dinheiro. Se condenados, as penas podem chegar até 29 anos, fora as multas correspondentes.
O golpe
As vítimas recebem uma ligação ou uma mensagem dos criminosos via SMS, e-mail, ou aplicativo acusando uma compra fraudulenta na conta bancária ou cartão de crédito. No comunicado, é informado que, caso o cliente desse banco não reconheça a compra, deve entrar em contato imediato com a central bancária pelo número 0800 indicado.
Assim que as vítimas entram em contato no número indicado pelos criminosos, elas se deparam com uma simulação da real central bancária, com músicas de espera e canais de atendimento automatizados. Apesar da verossimilhança, se trata de um canal falso.
Uma vez convencida pelos criminosos, a vítima acaba inserindo chaves Pix no seu aplicativo bancário esperando se tratar de uma chave para estorno, quando não é. Em alguns casos, os criminosos induzem as vítimas a instalarem um aplicativo de controle remoto em seus aparelhos, e, na sequência, várias transferências são feitas pela própria organização de estelionatários.
As equipes de investigação chegaram até o grupo através do número 0800 fornecido às vítimas. Além disso, outras 449 linhas ‘0800’ foram identificadas. Os canais usados pelos criminosos permitiram que a polícia encontrasse as vítimas goianas do golpe e uma centena de outras no resto do país. Apesar do foco inicial da operação se concentrar nas vítimas de Goiás, está prevista atuação voltada para as vítimas do restante do país.
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