Um esquema de tráfico interestadual de cocaína foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 30, em Goiás e Mato Grosso. Ao todo, são cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva. 

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A ação, que conta com o apoio da Polícia Civil (PC), ocorre nas cidades de Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Cáceres (MT), Mirassol D´Oeste (MT) e Porto Espiridião (MT). Mais de 60 policiais cumprem as ordens judiciais. 

A operação é um desdobramento de ações anteriores. No último dia 18, por exemplo, um caminhoneiro foi preso transportando mais de 400 quilos de cloridrato de cocaína, em Rialma. A droga, avaliada em R$ 80 milhões, foi encontrada em um fundo falso do veículo durante uma abordagem na BR-153 com a GO-336, no norte goiano. 

Na ocasião, o delegado da PF Bruno Gama, afirmou que a carga era a maior apreendida pelas forças de segurança pública em Goiás no ano de 2024. A corporação chegou até o caminhoneiro por meio de trocas de informações com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar (PM), que também participaram da operação. 

“Vamos iniciar as investigações para identificar como ela entrou no país. Como a cocaína não é produzida no Brasil, essa droga veio de fora. Os países produtores de cocaína são a Colômbia, Bolívia e Peru, mas ela pode ter entrado pelo Paraguai para despistar”, explicou.

O delegado afirmou que as organizações criminosos têm desviado a rota para países não produtores de drogas, a fim de evitar apreensões nas fronteiras. A partir de países como o Paraguai, a droga é enviada para Goiás por meio de outros estados como Mato Grosso.

O destino da cocaína apreendida, inclusive, era Goiânia. A polícia, no entanto, apura se os 400 quilos de cloridrato iriam abastecer a capital e cidades goianas, ou se seriam distribuídos para outros estados e para o exterior. A suspeita é de que a droga possa pertencer a grandes facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).

“O caminhoneiro estava com quatro telefones celulares no momento da prisão. Vamos investigar o motivo de portar esses aparelhos, se era uma comunicação ponta a ponta para não ser identificado”, disse Bruno.

O caminhoneiro informou que iria receber R$ 10 mil pelo transporte das drogas. À princípio, ele responderá pelo crime de tráfico interestadual de drogas. No entanto, a polícia também apura crimes de tráfico internacional e organização criminosa.