Investigação mira fraude em licitação e desvio de recursos públicos no Ministério do Trabalho. Ex-deputado Jovair Arantes é apontado entre os investigados

Material apreendido pela PF durante Operação Gaveteiro | Foto: Divulgação

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 6, a Operação Gaveteiro, para apurar o desvio de valores do então Ministério do Trabalho, por meio da contratação de uma empresa do ramo da tecnologia da informação, em Goiás e em mais cinco Estados.

Segundo informações preliminares, o ex-deputado federal Jovair Arantes é citado na investigação. Também estariam envolvidos no suposto esquema, o ex-ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira e o atual presidente da Funasa, Pablo Tatim.

Neste momento, a PF cumpre 2 mandados de prisão preventiva e a 41 mandados de busca e apreensão, em endereços situados no Distrito Federal, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

De acordo com informações preliminares, teriam sido presos preventivamente o ex-assessor especial da pasta Ednaldo Lopes de Menezes e a companheira dele, Fernanda de Oliveira Menezes.

Além das prisões e buscas, a Justiça Federal também determinou o bloqueio do valor aproximado de R$ 76 milhões nas contas dos investigados. Foram concedidas ainda medidas cautelares proibindo os investigados de se ausentarem do País.

As investigações, iniciadas em razão de relatório da Controladoria Geral da União – CGU apontam que a contratação da empresa foi apenas o subterfúgio utilizado pela Organização Criminosa que atuava no Ministério do Trabalho para desviar, entre os anos de 2016 e 2018, mais de cinquenta milhões de reais do órgão. O objeto da contratação foi a aquisição de solução de tecnologia e licenças, voltadas a gerir sistemas informatizados do Ministério do Trabalho e detectar fraudes na concessão de Seguro-Desemprego.

Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, organização criminosa, fraude à licitação, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva, com penas que, se somadas, podem chegar a mais de 40 anos de prisão.