Autoridades também realizam o sequestro de bens e valores no total de R$ 20 milhões

Foto: Divulgação PCGO

A Polícia Civil de Goiás (PCGO), por intermédio da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) deflagrou na madrugada desta terça-feira, 27, a Operação Déjà Vu com o objetivo de desarticular uma organização criminosa ligada ao tráfico interestadual de drogas. Na ação, Ricardo Cosme, um dos maiores traficantes do país, foi identificado e preso pelos policiais. O traficante foi preso em Cuiabá (MT).

Ao todo, 120 policiais civis estão em ação nos estados de Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Distrito Federal para cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão e 14 de prisão preventiva. Além disso, as autoridades realizam também o sequestro de bens e valores no total de R$ 20 milhões.

A investigação, em curso desde janeiro de 2020, revelou um sofisticado esquema de transporte e distribuição de cocaína pura, pasta base de cocaína e skunk. Oriunda do Mato Grosso, a droga era transportada em fundos falsos de camionetas até Goiás, onde era armazenada.

As investigações revelaram que parte do material ilícito permanecia em solo goiano e o restante era redistribuído para o Distrito Federal e o Nordeste, especialmente para o Rio Grande do Norte.

Em 2020, quatro carregamentos do grupo foram apreendidos, num total de 420 kg de cocaína e 150 kg de skunk. Porém, estima-se que pelo menos 2 mil kg de cocaína pura tenham sido distribuídos pela organização no mesmo período, haja vista que o grupo rapidamente substituía os motoristas presos e dava sequência ao tráfico.

De acordo com o delegado Vinícius Teles, responsável pelo caso, a longa e complexa investigação evidenciou toda a estrutura da organização, expondo os núcleos de fornecimento, que vendia a droga na origem; de logística e transporte, formado por mecânicos que criavam os fundos falsos nas camionetas e pelos motoristas, além de seus coordenadores; financeiro, que articulava o fluxo dos pagamentos pela droga; e de adquirentes, que redistribuíam o entorpecente para outros traficantes atacadistas.

“Agora, com essas 14 prisões, estamos certos de que toda a engrenagem foi atingida. As pessoas presas hoje estão do ápice à base da organização”, destacou o delegado responsável pela investigação.

A designação Déjá Vu, expressão francesa que significa “já visto”, remonta à Operação Esmeralda, de 2014, quando o grupo capitaneado por Marcelo Gomes de Oliveira, o Marcelo “Zoi Verde”, então considerado um dos maiores traficantes do Centro Oeste, foi preso. Marcelo foi assassinado em 2017 na Bolívia. Porém, diversos de seus asseclas integram a organização atual, que se reestruturou, voltando a agir com dinâmica ainda mais apurada e eficaz.