A partir do levantamento do Opção Pesquisas, divulgado na segunda-feira, 15, pode-se falar num quadro de virada na disputa eleitoral (pré-eleitoral) em Anápolis?

A palavra “virada” é forte e a diferença entre Antônio Gomide (PT) — pontuou com 38,3% — e Márcio Corrêa (PL) — pontuou com 32,5% — é de 5,8%. Ou seja, ainda não está na margem de erro.

Entretanto, se a margem de erro é de quatro pontos percentuais, a diferença entre os dois pré-candidatos pode ser menor ou maior.

Mas há um fato que caracteriza o que os analistas de política costumam chamar de expectativa de poder. De fato, Antônio Gomide, o candidato do presidente Lula da Silva (PT), com quase 40%, lidera e, portanto, está bem. É altamente competitivo.

Porém, Antônio Gomide parou de crescer — o que comprova as duas pesquisas feitas pelo Opção Pesquisas. Na anterior, ele tinha 38% e agora foi para 38,3%. Quer dizer, não cresceu. O postulante petista se mantém estável — em primeiro lugar.

Já Márcio Corrêa, o postulante apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, está em ascensão — saindo de 24% para 32,5%. Um crescimento considerável — 8,5 pontos percentuais — e bem além da margem de erro.

Então, o relevante nas duas pesquisas do instituto Opção Pesquisas é que há apenas um candidato crescendo em Anápolis. Trata-se de Márcio Corrêa. O líder nas intenções de voto, Antônio Gomide, não tem, digamos, conquistado voto novo.

Se Márcio Corrêa não para de crescer, pode-se falar, por isso, em mudança de expectativa de poder. Há sinais, por assim dizer, de que poderá aparecer empatado com Antônio Gomide nas próximas pesquisas ou até na frente. Na avaliação, estou considerando a maneira como ele está crescendo de uma pesquisa para outra, além de ressaltar que, se não cai, o petista também não cresce.

Segundo turno com virada?

O quadro exposto pelas pesquisas, sobretudo pela mais recente, é de que Anápolis terá segundo turno e com uma eleição altamente polarizada entre a esquerda, o lulista Antônio Gomide, e a direita, o bolsonarista Márcio Corrêa. Os eleitores, de acordo com os levantamentos, estão esvaziando os demais pré-candidatos — concentrando seu interesse em apenas dois postulantes, o do PT e o do PL.

É possível sugerir que Márcio Corrêa pode ir para o segundo turno em primeiro lugar? Ainda não, mas seu crescimento sugere que alguma coisa está acontecendo. Portanto, talvez não seja uma surpresa se o pré-candidato do PL superar o pré-candidato do PT e caminhar para o segundo turno em primeiro lugar.

Há outra questão que, se não indica, a pesquisa ao menos sugere: se continuar crescendo — aos saltos, aparentemente —, Márcio Corrêa poderá ser eleito no primeiro turno.

Antônio Gomide, que está em primeiro lugar, também pode ser eleito no primeiro turno? Talvez não. Porque não está crescendo. Os dados atuais indicam um quadro de estagnação para o petista e de avanço para o político do PL.

De qualquer forma, ao analista cabe cautela, sobretudo porque as eleições de Anápolis são, por vezes, mais complexas do que a de outros municípios.

A pesquisa do Opção Pesquisas ouviu 800 eleitores, entre 11 e 14 de julho, e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral sob o número GO-05312/2024.

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