Escritor ainda chegou a afirmar que o atual presidente da República não representa a direita brasileira

Em transmissão online do canal “Conversa Talk”, realizada nesta segunda-feira, o escritor Olavo de Carvalho, que é considerado um “guru do bolsonarismo”, chegou a dizer acreditar que, para as próximas eleições, marcadas para 2 de outubro de 2022, a disputa já está perdida para o lado do liberal Jair Bolsonaro. Ele aproveitou a ocasião, inclusive, para rechaçar o termo “guru de Bolsonaro” que por vezes utilizam para identificá-lo.

“A briga já está perdida. O Brasil vai se dar muito mal, não venham com esperanças tolas. Existe uma chance (de voltar), mas muito remota. Se Bolsonaro acordar, e eu não sei como fazê-lo acordar”, declarou. Quanto ao termo que usam para identificá-lo, ele caracterizou como falso e afirmou não ter influência sobre o presidente da República. “Isso é absolutamente falso, conversei com ele quatro vezes na minha vida, eu duvido que ele tenha lido meu livro inteiro’. Também disse que tem zero influência sobre o presidente”, complementou.

Olavo de Carvalho ainda afirmou ter se sentido usado pelo presidente e que este teria feito o escritor de “poster boy” para se eleger. Em inglês, o termo se refere a “garoto propaganda”. “Depois disso até meus amigos que estavam no governo ele tirou”, complementou o escritor. Na live, no entanto, ele chegou a caracterizar o presidente como um “excelente administrador”, o comparando a um prefeito de cidade do interior. Para o escritor, Bolsonaro pode ser caracterizado como um “Paulo Maluf sem a roubalheira”.

Carvalho ainda chegou a negar que o atual presidente represente a direita brasileira. “No Brasil só tem duas possibilidades: ou você é comunista ou você é neutro. Não existe direita. Existe bolsonarismo”, concluiu. Esta não foi a primeira vez que o escritor tentou se afastar do presidente, ainda que o faça elogios em algumas ocasiões. Isso, porque em novembro do ano passado, ele chegou a afirmar que Bolsonaro deveria renunciar ao cargo caso “não defendesse os mais fiéis amigos”.

Além do escritor Olavo de Carvalho, estavam na transmissão outros nomes ligados ao chefe do Executivo Nacional, como os ex-ministros Ricardo Salles, Abraham Weintraub e Ernesto Araújo.