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Recém-nomeado para a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Goiás, Elias D’Angelo, é um entusiasta da reforma agrária, que acredita ser um direito do cidadão e uma missão do Estado. No entanto, ele condena as ocupações. “Ocupar terra atrapalha o processo. Terra ocupada não é vistoriada”, declarou ele que é um agricultor assentado da reforma agrária.

O novo superintendente destacou como seu maior desafio à frente do órgão a retomada do programa de reforma agrária, paralisado desde 2019. “Hoje não temos orçamento. O último governo não deixou nada aprovado. Nossa missão é trabalhar tanto para o processo de desapropriação quanto para o de compra e venda”, explicou D’Angelo.

Mesmo assim, Elias defende que haja um diálogo com os movimentos sociais do campo. “É preciso ouvir as demandas. Assentar famílias é bom para os municípios, leva desenvolvimento, gera emprego e renda”, pontuou.

Falta de estrutura

O superintendente explicou que pegou um Incra desestruturado. “Temos poucos servidores para atender os mais de 300 programas de assentamento”, lamentou. A Superintendência Regional do Incra em Goiás contabiliza atualmente 308 assentamentos da reforma agrária que assentam mais de 13 mil famílias.

Segundo o Incra, hoje não existe nenhuma ocupação em Goiás. No entanto, de acordo com o MST, atualmente 1.500 famílias vivem em acampamentos em Goiás. Lideranças garantem que existem acampamentos em Catalão, Formosa, Ipameri, Jataí, Morro Agudo, Piranhas e Santa Helena.

Indicação política

Elias D”Ángelo, que é filiado ao PT, credita sua nomeação no Incra muito mais à articulação política de deputados petistas do que à boa aceitação de seu nome entre os movimentos sociais do campo, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em 2022, foi candidato a deputado estadual pelo PT, quando obteve 2.848 votos.