OAB-GO se renova com vitória de Enil Henrique: “Vamos nos reinventar”
04 fevereiro 2015 às 23h55

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O advogado foi eleito presidente para o mandato-tampão, que vai até novembro, com 44 votos. Em seu discurso, Enil frisa a união dos integrantes da chapa OAB Forte, para terem força nas eleições no fim do ano

Na noite desta quarta-feira (4/2), o advogado Enil Henrique de Souza Filho foi eleito presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – seção Goiás (OAB-GO) para o mandato-tampão até novembro deste ano. Especialista em Processo Civil e Direito Civil, Enil foi eleito com 44 votos. O então presidente, que voltou a ser vice, Sebastião Macalé, conseguiu 25 votos; Alexandre Caiado, quatro votos; por fim, um voto em branco.
Em seu discurso, Enil frisou a permanência da união de todos para a disputa pelo próximo mandato, em novembro. “Não consigo se não tiver o apoio de todos vocês. Unidos, vamos fazer uma nova história dentro da OAB-Goiás. Vamos nos reinventar”, disse ao finalizar sua fala.
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Negando desavenças e pregando a união, em seu discurso de posse Enil assegurou que o foco agora é mostrar que o grupo OAB Forte é unido e respeitado. “Vamos lamber as feridas que nós mesmo provocamos. Juntos, unidos e comprometidos com a Ordem vamos caminhar juntos vencermos em novembro.”
Enil falou sobre conversas de bastidores que, de acordo com ele, tentavam criar um embate entre os três. “Outros companheiros colocaram inverdades e plantaram situações que vieram a machucar um pouco a gente. Mas a amizade entre nós candidatos falou mais alto.”
Emocionado, o novo presidente da OAB emitiu sua admiração aos seus dois colegas derrotados — Sebastião Macalé e Alexandre Caiado. “Depois desta eleição, a OAB Goiás mostrou que está madura e que consegue enfrentar qualquer tipo de situação”, garantiu.
15 minutos com os conselheiros

Antes da eleição, cada candidato pôde falar por 15 minutos com os 70 conselheiros que votaram. Alexandre, que falou primeiro, frisou seu trabalho na Comissão de Direitos e Prerrogativas, dizendo que conhecer e ter trabalhado na comissão deveria ser algo essencial para se tornar presidente. “Acredito que para ser presidente da Ordem deveria passar antes pela Comissão de Prerrogativas, porque estando lá conhecemos o que aflige a categoria”, pontuou.
Enil, por sua vez, foi o segundo a falar com os conselheiros, e em seu discurso, como no de posse, ressaltou a união para as eleições no final do ano. “Independente do resultado que teremos daqui a pouco, a importância é a manutenção do equilíbrio e unidade deste grupo, pois no final deste ano teremos uma dura disputa.”

O presidente disse que caso fosse eleito — o que ocorreu — conseguiria finalizar o mandato com resultados positivos e bem avaliados administrativamente, financeiramente e politicamente. “Vamos honrar todos os compromissos com as sedes”, disse, citando as obras já iniciadas — como as de Anápolis e Itaberaí — e as construções que ainda serão iniciadas — como as de Jataí e Rio Verde.
Além disso, dizendo que durante o processo eleitoral desse mandato-tampão alguns assuntos tomaram conta dos bastidores da Ordem, o advogado pontuou três questões: contas, divisão interna e tesouraria.
“Sobre as contas, todos os compromissos financeiros estão dentro da capacidade de pagamento da OAB. Em segundo lugar, sobre uma notícia de que haveria uma cisão entre os três candidatos, eu digo que essa é uma disputa saudável, e manteremos nossa união. Em terceiro lugar, garanto a vocês que caso eleito, o cargo de tesoureiro será amplamente debatido com os senhores antes de uma decisão ser tomada”, pontuou.

Por fim, Sebastião Macalé enfatizou suas realizações na OAB, como também fora da instituição. “Sou filho de gente humilde, mas fui vereador em Goiânia por 12 anos, vice-presidente e presidente da Casa.”
O advogado, filho de alfaiate e de dona de casa, relembrou toda a sua trajetória na OAB, tendo dito que participou de todos os momentos definitivos e difíceis para o segmento dos advogados.
O então presidente não deixou de tecer sutis críticas contra o presidente que renunciou ao cargo para ser secretário de Governo no Estado de Goiás, Henrique Tibúrcio. “A agenda do último presidente mais de 90% foi cumprida por mim. Há poucos dias assumi essa presidência e resolvi um problema de dois anos que se arrastava, que era o Fórum Fenelon [Fórum Desembargador Fenelon Teodoro Reis, onde era restrito o acesso ao estacionamento apenas aos magistrados, membros do Ministério Público e servidores]”, falou Macalé, lembrando de outras realizações, dizendo ainda que participou ativamente de ações que não eram de atribuição do vice.
Além disso, o ex-jogador de futebol fez uma breve prestação de contas, garantindo que o ex-presidente Henrique Tibúrcio não o fez, tendo contrariado o estatuto da OAB. “Estou fazendo isto para que eu possa me precaver. Passei pela presidência e não posso me omitir”, disse ao final, depois de apontar uma dívida de R$ 13,1 milhões. “Essa é a realidade da OAB em Goiás”, pontuou, salientando que não estava fazendo “nenhum juízo de valor”.
Não tão amigos

O presidente eleito, Enil Henrique, disse por diversas vezes que não houve embate ou cisão entre os três candidatos da OAB Forte. Sobre Sebastião Macalé, ao ser questionado sobre rixa, Enil respondeu: “Macalé é uma pessoa carismática que eu admiro. Estamos convivendo nesses últimos cinco anos mais tempo entre nós do que com os nossos familiares. Isso aí é gente tentando colocar animosidade entre eu, ele e o Alexandre, mas somos amigos.”
Diferente do que foi dito e repetido por Enil, Sebastião Macalé admite um clima de embate entre eles. “A gente se atura, né?”, disse, rindo. O ex-presidente em exercício acusa Enil de ter tido apoio de secretários do governo de Goiás — os quais não quis revelar os nomes. “Até a mão do governo foi colocada aqui”, afirmou.
O vice-presidente ainda garante que o fato de ser de origem humilde influenciou nas eleições. “Não sou filho de juiz, nem de ninguém importante, né? Sou filho de alfaiate e dona de casa.”
Seus colegas, entretanto, não compactuam com essas afirmações. “Isso é bobagem do Macalé, querendo sensibilizar os colegas. Não tem o menor cabimento. Se alguém votar no Macalé, no Enil ou em mim, é por achar que um ou outro é melhor opção”, disse Alexandre, ainda antes da votação.
Enil, por sua vez, afirma que “todos são humildes”. “Não tenho conhecimento disso. Todos nós somos humildes, somos amigos, companheiros. Temos princípios básicos idênticos”, pontuou.