A doença é caracterizada pela destruição das proteínas musculares e em órgãos como rins, provocando sintomas como a perda da força física, dor muscular, desmaios, febre e urina escura

A Síndrome de Haff, chamada popularmente de “doença da urina preta”, é uma infecção bacteriana relacionada à ingestão de peixe e crustáceos cru ou cozido. A bactéria é transmitida através do consumo de uma toxina que fica na carne.

Uma mulher está internada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por causa da Síndrome de Haff, conhecida como doença da “urina preta”, conforme anunciou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goianésia. A pasta informou que a moradora do município apresentou sintomas nas primeiras 24h após comer peixe, em 24 de junho.

A doença é caracterizada pela destruição das proteínas musculares e em órgãos como rins, provocando sintomas como a perda da força física, dor muscular, desmaios, febre e urina escura.

A confirmação da doença foi feita por exames em um hospital de Goiânia, onde a mulher recebe tratamento médico. O estado de saúde dela é considerado grave, mas reage bem ao tratamento, segundo a secretaria, que acompanha o caso de perto.

A síndrome se constitui em um tipo de rabdomiólise, nome dado para designar uma síndrome que gera a destruição de fibras musculares esqueléticas e libera elementos de dentro das fibras (como eletrólitos, mioglobinas e proteínas) no sangue.

O nome foi dado em razão da descoberta da doença em um lago chamado Frisches Haff, na região de Koningsberg em 1924. O território, à beira do Mar Báltico, pertencia à Alemanha, mas foi incorporado à Rússia posteriormente, constituindo um enclave entre a Polônia e a Lituânia.

A doença de Haff gera uma rigidez muscular. Além disso, frequentemente ocorre como consequência o aparecimento de uma urina escura em função da insuficiência renal, razão pela qual essa expressão é utilizada para se referir à enfermidade.

Ainda não há confirmação sobre a natureza da toxina constante nos peixes cuja ingestão provocou a doença. Alguns cientistas afirma que está associada ao envenenamento por arsênico.

A dificuldade está no fato de que a toxina não tem nem gosto nem cheiro específicos, o que torna mais complexa a sua percepção. Ela também não é eliminada pelo processo de cocção do peixe.

Nos relatos registrados ao longo dos anos, pessoas acometidas da doença ingeriram diferentes tipos de peixe, como salmão, pacu-manteiga, pirapitinga, tambaqui, e de diversas famílias, como Cambaridae e Parastacidae.