Segundo o líder do governo na Câmara, a escolha do delegado para representar o PSL na Casa teria sido “quase uma imposição” de Luciano Bivar

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O deputado e líder do Governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL), falou ao Jornal Opção que toda a sua movimentação na substituição de Waldir no cargo de líder do PSL na Câmara teve como objetivo trazer estabilidade para as votações do governo. “A liderança do Delegado Waldir não estava trazendo essa seriedade na condução e nem estabilidade”, diz.

Segundo Vitor Hugo, o ex-líder do PSL na Câmara colocou em risco a votação de uma medida provisória importante com uma obstrução. Depois, colocou em risco a aprovação do projeto de Lei 1645/19 que trata da reestruturação das carreiras militares e também da previdência social dos militares.

“Com isso, o governo decidiu então fazer movimentos para retirá-lo e a chegada do Eduardo [Bolsonaro] foi muito bem vinda. Ele já conseguiu, em pouco tempo, trazer estabilidade”, afirma. Segundo Vitor Hugo, na última semana foi possível avançar em pautas importantes como a reforma da Previdência, área de saneamento e Base de Alcântara.

O líder do governo na Câmara também acusou Waldir Soares de ter concentrado recursos do partido nele, durante as eleições. “Foram R$420 mil do fundo eleitoral partidário que ele usou para si e o mínimo para candidatas mulheres, mas ainda assim em propagandas casadas com a dele. Também usou toda a estrutura partidária, dos diretórios, todo o tempo de TV e Rádio”, enumerou.

Sobre isso, Delegado Waldir rebateu: “Ele tem que lembrar que se não fosse os votos que o cidadão goiano deu para mim ele seria derrotado. E quem decide os recursos é o presidente nacional do partido. Na época o presidente do partido era um homem de confiança do presidente da república. Era o Gustavo Bebbiano, que foi quem mandou os recursos para mim”.

E completou: “O tempo de TV e rádio é do PSL. A executiva nacional direciona para nós e foram apenas alguns segundos. Distribuímos proporcionalmente o tempo das mulheres, os 30%, e o segundo nós fizemos uma estratégia, que era eu ter visibilidade para ter muito voto, para ajudar a eleger um segundo nome e esse foi o Vitor Hugo. Mas infelizmente é um ingrato, e desde então ele tem me atacado em todos os momentos”.

Imposição de Bivar

Ainda de acordo com Vitor Hugo, a escolha de Waldir para ser líder do PSL na Câmara não foi fruto de eleição, mas “quase uma imposição” de Luciano Bivar. “Enquanto era um problema regional não me mobilizei para nada. Aprendi a conviver com ele, a reforma da Previdência nos aproximou, porque teria que ser conduzida por nós juntos. Embora, no início, ele tenha feito algumas críticas”, afirma.

“Mas, quando ele começou a colocar em risco as votações atuais deixou de ser uma questão regional e passou a ser uma questão nacional. E, embora eu tenha preferido em todos os momentos me manter neutro, neste caso não tive opção, foi uma decisão clara. O presidente da República estava claramente incomodado, porque poderia colocar em risco as votações”, diz Vitor Hugo.

Assim, explica, a maioria dos deputados se reuniu e conseguiu tirar a liderança do Delegado Waldir. “Foi a melhor coisa que a gente fez”, conclui, ao mencionar as gravações vazadas com declarações do ex-líder.

Sobre sua saída da liderança, Waldir disse à reportagem que tudo começou com uma estratégia de Vitor Hugo, que teria pedido ao presidente Jair Bolsonaro, que, por sua vez, pediu para Luciano Bivar, que recusou. “Em razão da minha quantidade de votos, da minha fidelidade, se recusou a atender essa exigência, essa traição deles”, arrematou.