O novo secretário de Comunicação desafia as manifestações de rua de domingo
04 abril 2015 às 10h15
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Em cada 100 brasileiros, 74 rejeitam o governo da presidente Dilma, conforme a pesquisa do Ibope. É uma informação que torna o governo vulnerável, sujeito à perda de estabilidade diante do apelo popular ao impeachment da presidente que alimenta os protestos de rua sobre o mapa brasileiro, como os do próximo domingo.
“Não é panelaço que vai fazer a presidente Dilma se intimidar”, desafiou o secretário de Comunicação Social, Edinho Silva, às repórteres Marina Dias e Natuza Nery, em entrevista publicada na quinta-feira. A pergunta era restrita. Apenas queria saber se as manifestações intimidam, sem abordar outros reflexos sobre o governo.
A resposta do companheiro Edinho aceitou o foco. “Quem já passou por tudo o que ela já passou… não é uma crise conjuntural que vai intimidá-la”, defendeu a coragem de Dilma. “Ela já colocou sua integridade física a serviço desse projeto”, referiu-se à luta na clandestinidade, hoje convertida na defesa do projeto de poder eterno ao PT.
A posição do secretário sugere que a comunicação será aplicada ao confronto por parte de quem não se intimida com nada. Mas, ao mesmo tempo, ele afirmou que o “enfrentamento só interessa à oposição”, a propósito do desgaste do PT com a corrupção no governo.
Aí, o comunicador se referiu a trabalho da Secretaria de Comunicação como uma necessidade de o palácio se contrapor exibindo a propaganda do governo com mais energia do que as aversões que chegam da oposição em geral, o que inclui as ruas:
— Os fatos precisam falar mais alto e serem mais sólidos do que as narrativas. Acredito que, no médio prazo, serão (sic). Qual fato existe contra o governo Dilma?
Tempo há para essa reversão no médio prazo, se não ocorrer acidente de percurso ao longo dos quatro anos de mandato à frente da presidente. Com a agitação popular de junho de 2013, a popularidade de Dilma despencou, mas ela conseguiu se reeleger dois anos depois.
Hoje, há uma diferença considerável entre 2013 e 2015 quanto à qualidade do movimento popular. Algo assim como a disparidade entre o vulto do mensalão e a dimensão do petrolão. Diferença que se alarga com a anexação de outros casos de corrupção que surgem diariamente.