“O importante é que vai abrir para o debate sem revogar”, afirma Fátima Gavioli sobre Novo Ensino Médio
05 abril 2023 às 17h25
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A secretária de Estado da Educação, professora Fátima Gavioli, afirmou que considera acertada a decisão do governo federal de abrir para debate a questão do Novo Ensino Médio. Além disso, considera que a suspensão no Estado será mais fácil que no restante do País. “Em Goiás teremos um impacto menor, porque aqui o governador Ronaldo Caiado nunca aceitou reduzir a carga horária do ensino de Português e de Matemática”, explicou. Nesta quarta-feira, 5, o Ministério da Educação (MEC) suspendeu por 60 dias a implementação do Novo Ensino Médio, que altera as bases curriculares, avaliações e materiais didáticos, além de afetar a matriz de avaliação do Novo Enem.
Fátima Gavioli tranquilizou estudantes e professores ao afirmar que planejamento da pasta no Estado continua normalmente. “Vamos aguardar os 60 dias e nos organizar para 2024 dependendo do que será definido depois da consulta”, afirmou em entrevista coletiva. Para aqueles que vão prestar Enem, Fátima explicou ainda que o Enem 2024 acontecerá da mesma forma que ocorre atualmente.
Márcia Antunes, diretora pedagógica da rede estadual, ratifica a necessidade de mudança e discussão do Novo Ensino Médio porque “muitas arestas precisavam ser aparadas e não foram”. Além da retirada de disciplinas, ela considera importante discutir o ensino de forma ampla já que existem questões logísticas de transporte escolar. “Por exemplo, a escola do município que atua com jovens de zero a 14 anos liberam os meninos 11h30 e o ensino médio com a mudança obrigatoriamente deveria liberar às 12h30. Como que crianças ficam esperando o transporte escolar 1h, 1h30, sozinhas?”, explicou.
Flávio de Castro, presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Goiás, disse que a decisão do MEC causa insegurança nas redes de educação. “Não sabemos como os estudantes em curso serão avaliados. A rede de ensino particular tem maior facilidade para fazer as adequações; os alunos da rede pública poderão ficar prejudicados pela dificuldade da escola adotar as modificações, pela deficiência da estrutura física de capacitação dos professores.” Flávio de Castro afirma ainda que revogar todas as mudanças é desperdiçar os recursos que as escolas já investiram na adequação ao Novo Ensino Médio.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) e deputada estadual, Bia de Lima (PT), disse que a suspenção do prazo dará tempo a todos os segmentos relacionados se posicionarem. “Entendemos que essa suspensão veio com propósito de tempo para que todos se posicionem. O que o ministro quer é, justamente, ouvir todos os segmentos. Nós, que representamos os professores, entendemos que a decisão foi acertada”, finalizou Bia.