O número de mortos na ação da Polícia Militar de São Paulo (PMSP) na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, aumentou para 40 neste sábado, 9, após um suspeito de 47 anos ser baleado. Durante a Operação Verão, um policial militar também foi atingido por tiros.

Os policiais estavam realizando patrulhamento no morro José Menino, em Santos, quando foram recebidos a tiros. Um dos agentes foi atingido e socorrido à Santa Casa de Santos, mas seu estado de saúde não foi divulgado. Durante as buscas pelo autor dos disparos, a equipe entrou em confronto com um homem de 47 anos, que atirou contra os policiais ao perceber sua aproximação.

O suspeito foi baleado pelos PMs e morreu no local, sendo apreendidos com ele um revólver calibre 38 e dois celulares. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, durante a Operação Verão, foram presos 881 suspeitos, incluindo 337 procurados pela Justiça. Além disso, foram apreendidos 617 quilos de drogas e 90 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito das forças armadas.

Até o momento, 40 suspeitos morreram em confronto com os agentes de segurança. Lançada em dezembro de 2023 pelo governador Tarcísio de Freitas, a Operação Verão tem como objetivo reforçar o policiamento em 16 municípios do litoral paulista durante a alta temporada. Entretanto, a ação violenta da polícia na região tem sido alvo de denúncias da Defensoria Pública de São Paulo, da Ouvidoria da Polícia e de entidades de direitos humanos.

Questionado sobre a denúncia no Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio respondeu de forma irônica. “Temos muita tranquilidade com relação ao que está sendo feito. A pessoa pode ir para a ONU, para a Liga da Justiça, para o raio que o parta, eu não estou nem aí”, disse na sexta-feira, 8.

As denúncias incluem casos de tortura, assassinatos e mudanças em cenas de crime durante as ações da Polícia Militar. Um levantamento da Ouvidoria da Polícia identificou que ao menos 27 das 39 pessoas mortas pela PM na Baixada Santista em fevereiro eram negras, o que reflete o racismo estrutural, segundo o ouvidor das polícias, Cláudio Silva.

O governador de São Paulo foi denunciado no Conselho de Direitos Humanos da ONU pela violação de direitos básicos e a alta letalidade policial. A denúncia foi realizada pela Conectas Direitos Humanos e a Comissão Arns.