Nova coalizão “LGB International” reúne representantes de 18 países, entre eles o Brasil, e, além de romper com a militância trans em seu “debut” — marcado por críticas pesadas ao ativismo trans —, o movimento promete uma agenda independente, com pautas ligadas estritamente à orientação sexual.

A entidade busca se desvincular do TQIA+ e se inspira na “LGB Alliance”, britânica, fundada em 2019, conhecida pela crítica incisiva à transição de gênero e por priorizar questões ligadas exclusivamente à população LGB, deixando de lado as discussões sobre identidade de gênero.

Segundo os fundadores da “LGB International”, a coalizão pretende redirecionar o foco porque consideram que, nos últimos anos, a polêmica em torno da identidade de gênero provocou um apagamento das demandas relacionadas à sexualidade. Um dos principais pontos de oposição à transição de gênero está na participação de crianças nesse processo de mudança de sexo e nas críticas à presença de mulheres trans em espaços voltados para lésbicas, sob o argumento de que isso compromete a representatividade. Além disso, defendem o banimento de mulheres trans em competições femininas, alegando que o corpo e a força física permanecem os de um corpo masculino.

A nova entidade quer ser vista como “apolítica”, sem vínculos partidários ou extremismos. Por isso, sua campanha de lançamento foi marcada nas redes sociais em várias línguas, a fim de atrair apoiadores de todo o planeta. O foco principal da LGB International será aprofundar a discussão sobre a regulamentação da homossexualidade em todo o mundo, lembrando que, em 64 países, a questão ainda é criminalizada. No Brasil, apesar dos avanços, o país lidera o ranking mundial de assassinatos de homossexuais.

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