A antecipação da enfermidade é possível graças a um conjunto de proteínas encontradas no sangue

Comum em idosos, o mal de Alzheimer é uma doença geralmente relacionada à velhice ou à “caduquice”, como classificam maldosamente algumas pessoas. A enfermidade que atualmente assola aproximadamente 35,6 milhões de pessoas em todo o mundo poderá ser prevenida com mais facilidade. É que um estudo realizado por cientistas britânicos promete identificar, por meio de um exame de sangue, as chances de uma pessoa desenvolver a doença.

A identificação é possível graças a um conjunto de proteínas no sangue que pode prever o surgimento da enfermidade com 87% de precisão. Para chegar a este resultado, os pesquisadores investigaram diferenças no sangue de 452 pessoas saudáveis, 220 com danos cognitivos moderados e 476 com a doença. Assim, eles puderam confirmar que a grande maioria dos pacientes com danos cerebrais moderados desenvolveriam Alzheimer no ano seguinte.

“Nós queremos poder identificar o quanto antes as pessoas que vão precisar fazer exames mais aprofundados num futuro próximo,” afirmou a líder da pesquisa, Simon Lovestone, da Universidade de Oxford. No entanto, os especialistas alertam que ainda não há previsão para que o exame esteja disponível em clínicas ou hospitais da Grã-Bretanha.

Segundo Ian Pike, médico da Proteome Sciences, companhia que faz pesquisas na área farmacêutica, o exame de sangue levará tempo e mais testes com pacientes para que seu uso rotineiro possa ser viabilizado. “Mas este processo pode ser iniciado agora”, afirmou otimista.

Mesmo com os consideráveis avanços, caso o exame esteja disponível em clínicas no futuro, é improvável que o teste seja feito de maneira isolada. Para um resultado positivo, tomografias cerebrais e testes de fluidos da coluna vertebral também serão necessários.