A nova ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os municípios de Aguiarnópolis, no Tocantins, e Estreito, no Maranhão, será inaugurada nesta segunda-feira, 22, exatamente um ano após o desabamento da antiga estrutura, ocorrido em 22 de dezembro de 2024. Reconstruída pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a obra recebeu investimento de R$ 171,97 milhões.

A cerimônia de reinauguração está prevista para às 11h e contará com a presença dos ministros Renan Filho, dos Transportes, e André Fufuca, do Esporte, além dos governadores Carlos Brandão, do Maranhão, e Wanderlei Barbosa, do Tocantins. A nova estrutura substitui a antiga ponte, construída na década de 1960, que colapsou enquanto veículos atravessavam o trecho sobre o Rio Tocantins. 

O acidente ocorreu pouco antes das 15h daquele domingo, quando o vão central cedeu e grande parte da ponte desabou. Com o colapso, três motocicletas, um carro de passeio, duas caminhonetes e quatro caminhões foram lançados ao rio.

Entre os veículos pesados, dois transportavam cargas altamente perigosas: 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas. Ao todo, a tragédia deixou 14 mortos, três pessoas desaparecidas e um ferido, sendo registrado apenas um sobrevivente.

Antes do desabamento, moradores do Tocantins e do Maranhão já alertavam as autoridades sobre o estado precário da estrutura. No momento exato da queda, o vereador de Aguiarnópolis, Elias Júnior (Republicanos), filmava a ponte para denunciar problemas visíveis, como fissuras e desgaste avançado.

Apesar de reparos realizados em 2021 e da abertura de um edital para obras de reabilitação em 2024, o colapso aconteceu antes que qualquer intervenção definitiva fosse executada.

Desde a implosão controlada dos pilares da antiga ponte, realizada em fevereiro de 2025, passaram-se apenas dez meses até a conclusão da nova travessia. Com 630 metros de extensão, a nova ponte é significativamente maior do que a anterior, que tinha 533 metros, e também mais larga, com 19 metros no total. O projeto inclui duas faixas de rolamento de 3,6 metros cada, dois acostamentos de três metros, barreiras de proteção do tipo New Jersey e passeios exclusivos para pedestres.

Do ponto de vista da engenharia, um dos principais destaques é o vão livre central de 154 metros, superior ao da antiga estrutura, que tinha 140 metros e chegou a ser recordista mundial em viga reta de concreto protendido quando foi inaugurada, nos anos 1960. Para sustentar a nova ponte, foram executadas 24 fundações e erguidos 26 pilares, em um projeto que precisou considerar tanto as dimensões da obra quanto as condições naturais do Rio Tocantins.

A construção utilizou o método do balanço sucessivo, uma técnica empregada em pontes de grandes vãos, especialmente em locais onde não é possível instalar escoramentos apoiados no solo. Nesse sistema, a estrutura avança em segmentos, chamados de aduelas, que são concretadas ou pré-moldadas e executadas progressivamente a partir dos pilares. Ao todo, a obra contou com 60 aduelas, permitindo vencer grandes distâncias com precisão e segurança.

Para manter o cronograma acelerado e restabelecer a ligação entre os estados o mais rápido possível, mais de 500 trabalhadores atuaram na construção, distribuídos em dois turnos diários. 

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