A falta de moradia para pessoas trans é um problema grave no Brasil, intimamente ligado à discriminação estrutural, à violência e à exclusão social e familiar que essa população enfrenta. Essa realidade não é diferente em Goiás, em recente levantamento realizado pelo governo do Estado sobre a situação da população LGBTQIA+ mapeou o preconceito em ambientes familiares, escolares e de trabalho. A rejeição familiar é um fator chave que leva muitos jovens LGBTQIA+ (incluindo pessoas trans) à situação de rua.

A Agência Goiana de Habitação (Agehab) não possui um programa específico para pessoas trans. Ela oferece o Aluguel Social, como parte do programa: “Pra Ter Onde Morar”, que pode ser uma opção de moradia temporária para pessoas em situação de vulnerabilidade social, incluindo a população trans. 

“Para a gente poder avançar em outras lutas do movimento, a gente tem que garantir que as pessoas LGBTQIA+ tenham moradias. E, também como o vereador Fabrício Rosa propõe aqui em Goiânia, a casa de acolhida para nossa comunidade”, afirma a ativista Bárbara Bombom em entrevista ao Jornal Opção.  

Segundo Bárbara, é até difícil pontuar qual a maior dificuldade que a comunidade enfrente atualmente. “A gente tem todas as dificuldades. Só que a gente precisa ir como uma escada, um passo de cada vez – para que a gente possa avançar. Porque a nossa maior preocupação hoje é a moradia”, enfatiza.

A reunião na sede da Agehab, marcada para acontecer nesta terça, 4, a partir das 10h terá como pauta a inclusão da população LGBTQIA+ como cotista para os programas de moradias. Assim, como já existem as cotas para idosos, pessoas com deficiência (PCD) e mulheres em situação de violência doméstica. Além disso, sobre a casa de acolhimento para as pessoas trans.

“Acredito que o aluguel solidário, ele precisa ser enviado para as pessoas LGBTQIA+, que mais precisam. No dia da entrega do cartão, eu era a única mulher trans. Isso porque foi uma vizinha, que me chamou e falou Bárbara, estamos fazendo aqui, vamos lá fazer também”, desabafa.

A expectativa dessa reunião é que a comunidade LGBTQIA+ seja ouvida e beneficiada pelos programas de moradia do governo. “Se é da Minha Casa Minha Vida, se é a casa de acolhimento, se é no campo ou qualquer tipo de moradia. O que queremos é que a o poder público goiano no enxergue”, finaliza Bombom.

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