Sábado (24) trouxe a nostalgia de bandas que já atraíram muito público nos festivais, atrações em evidência e desabafos em forma de canto

Assucena e Raquel provaram que o importante é a qualidade da música | Bruna Aidar/Jornal Opção
Assucena e Raquel provaram que o importante é a qualidade da música | Bruna Aidar/Jornal Opção

As primeiras atrações do segundo dia do 15º Festival Vaca Amarela, no Centro Cultural Martim Cererê, contaram com poucos amigos e alguns pagantes no final da tarde de sábado (24) para ver seus shows. El Pato Loco e Lorrana Santos foram as duas a se apresentarem no teatro Yguá. Já a banda Sótão e o Bolhazul (DF) fizeram a abertura do teatro Pyguá no ainda ensolarado espaço de cultura e mangas do Setor Sul.

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Mesmo com pouca gente para ver, o Bolhazul fez um bom show com as músicas do EP Aurora. Na sequência veio a goiana Almost Down com sua nova formação, na qual o guitarrista Murilo França acumulou a função de vocalista e entrou o também guitarrista Gustavo Xavier para tocar Betto Medeiros no baixo e Taiguara Milhomem na bateria. O grupo manteve a qualidade musical do sábado com seu post-hardcore.

Láááááá de Brasília

Com seus chapéus tailandeses (ou chineses, vai saber!), um deles desses de palha que a vê em festa junina, e camisas coloridas, o quarteto Lista de Lily (DF) agradeceu a oportunidade por tocar no Vaca Amarela e conseguir fechar 17 datas de shows em diferentes cidades como uma banda independente sem qualquer apoio. Um bom som experimental com dois vocalistas. “Como é difícil fazer um rolê independente!”, soltou o vocalista e responsável pelos sintetizadores da banda, Adolfo.

A música Esse Cara Não, que foi composta para um ex-chefe do vocalista e guitarrista Tynkato, veio acompanhada de recado: “Queria que ele estivesse aqui para ouvir”. Quando tocaram Escada, ele disse que “agora é a hora de fazer saliência”. O EP Como Caetano, que brinca com capas de discos de Caetano Veloso, como Transa e Abraçaço, é responsável uma das boas surpresas do sábado no Vaca Amarela.

No palco do teatro Yguá, o trio goiano Lutre mostrou toda qualidade misturada a uma euforia e explosão de letras recitadas em tom de desabafo agressivo pelo vocalista e guitarrista Marcello Victor. Aliás, foi no show da banda Lutre que começaram os gritos de “tira, tira, tira” e apareceu o primeiro músico sem camisa do sábado.

Uma banda que tem como referências Caetano Veloso, Radiohead, badbadnotgood, os integrantes são fãs de Lupe de Lupe e Ventre, não poderia ser algo fácil de compreender ou calmo. Uma inquietação mais do que necessária nos palcos dos festivais de Goiânia. E que chamou a atenção do público. Marcello, Jefferson Radi (bateria) e Chrisley Hernan (baixo) preferiram adotar a linha do falar pouco e tocar mais, que deu certo.

Rock tímido

Recém-chegada ao circuito dos festivais da capital, Bruna Guimarães, ou apenas Brvnks, segura sua guitarra vermelha, canta com olhar tímido e anima o público com dancinhas de quem ouve um “rock bonitinho”, como um amigo definiu durante o show de sábado. Do EP Lanches, a escolhida para abrir o interessante show da banda formada por Edimar Filho (bateria), Ian Alves (guitarra) e Cristiano Prado (baixo) foi Freedom Is Just A Name (For What I Want You To Be).

Na apresentação ainda vieram Bunch Of Fries, Harry, Don’t, Nova 1… Sim. A banda ainda não colocou um nome nessa música. “O nome é Nova 1. Banda irresponsável”, brincou Bruna. O calor no teatro Pyguá ainda com pouca gente impediu que o show fosse uma boa carta de entrada da banda no circuito de festivais.

Mascarados

Difícil de digerir, as boas composições de Vitor Brauer contaram com plateia vibrante das bandas Lutre, Boogarins e Francisco, el Hombre | Foto: Bruna Aidar/Jornal Opção
Difícil de digerir, as boas composições de Vitor Brauer contaram com plateia vibrante das bandas Lutre, Boogarins e Francisco, el Hombre | Foto: Bruna Aidar/Jornal Opção

Com camisetas amarradas no rosto, como bandidos ou crianças que brincam de serem os criminosos quando se divertem como polícia ou ladrão, o vocalista da Lupe de Lupe (MG) Vitor Brauer contou com a ajuda do baterista da Lutre para fazer um show intimista, poético, recheado de letras fortes e melodias nem sempre tão bem compreendidas. A escolhida para abrir o show foi Fogo-Fátuo. O primeiro tapa na cara feito pelas composições de Vitor veio com “Você tem muito as cara pra dizer/Que tá tudo muito bem que vai tudo ficar tão bem/Sendo que eu e você nem nos lembramos mais/Como é estar bem”.

Depois, o músico combinou com a plateia um “Fora,Temer” seguido de aplausos. “Eu esqueci de dizer ‘Fora, Temer’ em Brasília ontem (sexta). Vou ter que voltar lá só pra dizer isso”, observou. RJ (Moreninha) seguiu com versos como “Desde a juventude te dizem o que fazer/Alguns até te dizem o que é viver”. Depois foi a vez de SP (Pais Solteiros): “Todos nós sabemos que é bem diferente/Nascer com um corpo e um coração que é alvinegro”.

As músicas de Vitor para muitos é algo bem intragável. “O melhor compositor do Brasil”, como ele ironicamente – acredito eu – se define, queria ter tocado com os “melhores bateristas da cidade”, que são definidos por ele como o Ricardo Machado (Carne Doce) ou Ynaiã Benthroldo (Boogarins), mas eles não puderam acompanhar o músico. “O Jeff me salvou aqui”, agradeceu ao baterista do Lutre que o acompanhava.

Na frente do palco, músicos da Lutre, Boogarins, Francisco, el Hombre e outras bandas se divertiam e cantavam praticamente todas as músicas do Lupe de Lupe executadas por Vitor. Homem e Eu Já Venci fecharam um belo e incompreendido show que realmente é difícil de digerir. Pelo menos até entender a qualidade das letras desse mineiro de Governador Valadares. Ele terminou a apresentação ao dizer que se da próxima vez ele estiver com o mesmo violão velho a plateia pode pedir o dinheiro de volta.

Show de luzes

Tudo muito bonitinho, muito arrumadinho, cheio de luzes bem pensadas, discurso de rockstar, com gritos e tudo mais. Era a vez do Peixefante, com seus teclados, cinco vocais, pais, tios, amigos e curiosos. De repente, eu jurei que estava ouvindo o início da melodia de Menina Veneno, do Ritchie, aquela mesmo, lançada lá em 1983: “Meia noite no meu quarto/Ela vai subir/Ouço passos na escada/Vejo a porta abrir”. Mas não era. Foi por pouco.

Há uma certa tendência chata de se rotular uma cena toda com a definição musical do momento. Como a grande e boa banda do circuito de festivais brasileiros em evidência é a goiana Boogarins, virou mania chamar tudo de psicodélico. E alguém resolveu definir o Peixefante como um som ligado à psicodelia.

Amigo, não faça isso! Sabe aquele tecladinho das bandas românticas dos anos 1980, do estilo de Roupa Nova e Beto Guedes. Então, dá mais certo. É mais honesto. Eu acho que até eu já caí nessa besteira de chamar de psicodélico. Até prestar atenção.

Por Baixo Da Blusa mesmo, a primeira do EP de 30 minutos Lorde Pacal, é uma boa música. Mas Tão Normal é igual ao título, tão normal. No geral, é um show legal. Vamos para o próximo?

Nostalgia

Jair Naves comandou o show nostálgico da banda Ludovic | Foto: Bruna Aidar/Jornal Opção
Jair Naves comandou o show nostálgico da banda Ludovic | Foto: Bruna Aidar/Jornal Opção

Ver Jair Naves com a banda Ludovic (SP) no palco do teatro Yguá e voltar à época em que o Cererê era o ponto de encontro da cena alternativa de Goiânia e do Brasil com shows toda semana, festivais que tinham repercussão nacional por abrir espaço para o que o mercado da música não se preocupava. Ludovic sempre foi um som honesto, sujo e de letras mais do que agressivas e peito aberto.

Meu amor, você ainda me tem a seus pés/Grande bosta.” Até chegar nesse final, com a música Você Sempre Terá Alguém A Seus Pés com muita gente da plateia no palco, Jair Naves fez o público, ou a parte mais velha dele, se lembrar de Vane, Vane, Vane, Boas Sementes, Bons Frutos, Desova, Nós, Os Milionários, Eu Fiz Pouco Caso De Um Gênio. Na última citada, Jair cantou os versos “Vivendo assim eu vou morrer/Vivendo assim eu vou matar” da canção Eu Tenho Pressa, da pernambucana Devotos.

“O melhor show da minha vida foi aqui nesse palco”, agradeceu Jair ao Martim Cererê e a Goiânia pela importância daquele lugar na carreira dele e do Ludovic. Janeiro Continua Sendo O Pior Dos Meses deu lugar a CVV. “O fato de vocês se lembrarem da gente já faz a gente voltar pra casa mais feliz”, se mostrou feliz o vocalista depois de o Ludovic ter ficado tanto tempo parado e ainda ter gente querendo vê-los ao vivo.

Boa MPB goiana

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Já era 22 horas quando o Pó de Ser, que é mais conhecido como a banda do Diego de Moraes e Kleuber Garcêz, subiu ao palco do teatro Pyguá. Acompanhados de Fernando Assis, Hermes Soares Dos Santos e Danilo Rosolem, os dois fizeram da apresentação um belo espetáculo de MPB. No discurso, estavam incluídos o “Fora, Temer” e “Fora, OSs da educação”.

O show foi uma evidência do bom disco A Dança Da Canção Incerta, lançado em março. A faixa título rendeu um coro tímido na parte “É a vida”, que ser repete e é fácil de decorar. Fantasia Ao Pé Do Ouvido, Captou e Ypsilone são canções que botaram o público para dançar. É verdade que pouca gente entrou para ver. E perdeu.

A volta ao teatro Yguá trouxe a nostalgia de ver um show da Porcas Borboletas, que, como esperado, foi um dos mais divertidos. Enquanto o Pó de Ser tocava no Pyguá, a Ultravespa resolveu se apresentar no meio das barracas, entre o Yguá e o bar. Não estava na programação e atraiu muita gente.

Menos, Todo Mundo Tá Pensando Em Sexo, David Bowie, Wellington, Tudo Que Tentei Falhou, Super Herói Playboy, Infelizmente, Nome Próprio e outras músicas, acompanhada de cerveja jogada na cabeça, fizeram a festa de uma plateia com saudade da banda. Infelizmente teve a participação de Daniel Belleza (SP), que já tinha aparecido no mesmo palco a convite da banda Mombojó no dia anterior.

Chuva

Sair do teatro Yguá e ir para o Pyguá se tornou uma aventura para quem não gosta de se molhar. A chuva começou a cair forte. Muita gente se escondeu nas tendas e na cobertura do bar. Alguns ficaram na entrada coberta dos teatros. Muita gente nem arriscou atravessar a água para ver o show seguinte. E foi assim até a apresentação da banda As Bahias e a Cozinha Mineira.

A goiana Johnny Suxxx and The Fucking Boys também fez uma boa apresentação, com direito a imagem da artista plástica Ana Smile em cima do amplificador. A estátua de santa pintada de maquiagem do Kiss foi tampada com um lenço de oncinha no final do show pelo vocalista João Lucas. “A gente fracassa há 10 anos seguidos, isso é bem mais difícil do que fazer sucesso.”

FOTO DO PORCAS BORBOLETAS - LEGENDA: Mineiros do Porcas Borboletas mataram a saudade que o público de Goiânia estava do grupo | Foto: Bruna Aidar/Jornal Opção
Mineiros do Porcas Borboletas mataram a saudade que o público de Goiânia estava do grupo | Foto: Bruna Aidar/Jornal Opção

Baile instrumental

Samuel Mota (guitarra, programações e sintetizadores), Rodrigo Barata (bateria) e Macaxeira Acioli (percussão) subiram ao palco do teatro Yguá 0h38 de domingo (25) e botaram o público para dançar. A banda Muntchako (DF), que faz um show praticamente instrumental, a exceção de poucos versos cantados em uma ou duas músicas, poderia muito bem ser confundida com um grupo do Pará, seja ele de guitarrada, eletrobrega ou tecnobrega. Teve até funk no final do show. “Nós somos o Muntchako e nós somos Fora, Temer”, apresentou Macaxeia a banda ao público.

Na sequência veio uma das duas atrações mais aguardadas da noite. A banda As Bahias e a Cozinha Mineira tem chamado a atenção do público e da crítica desde o lançamento do disco Mulher. Assucena Assucena (vocal), Raquel Virgínia (vocal), Rafael Acerbi (guitarra e violão), Rob Ashtoffen (baixo), Carlos Eduardo Samuel (teclado), Vitor Coimbra (bateria) e Danilo Moura (percussão) fizeram a plateia cantar, dançar e se emocionar.

Com coreografias bem definidas e uma presença de palco marcante, Assucena e Raquel, que são transexuais, fazem qualquer machista superar o preconceito ao primeiro verso ouvido. As vozes das duas, em canções com forte influência de Gal Costa, são encantadoras. Desde Dê Um Rolê, Reticências e Josefa Maria, que abriram o show, até Mamãe Coragem, Apologia e Lavanderia, não teve quem ficou inerte à emoção vinda do palco.

A goiana Sarah Alencar, que já foi vocalista e flautista da banda Technicolor, participou do show. Ela, que mora em São Paulo e é professora de canto e flauta no Conservatório Musical do Butantã, participou do disco de Assucena e Raquel. Quando subiu ao palco, foi recebida pelo público que gritava o nome da banda Technicolor.

Se você não pôde ou não quis ir ao Vaca Amarela no sábado, procure no Spotify ou qualquer outra plataforma de música o disco Mulher. Na preguiça de ouvir um álbum completo (quem ainda faz isso?), separe cinco minutos da sua vida e ouça Uma Canção Pra Você – Jaqueta Amarela.

Raquel definiu a Vaca Amarela como “essa vaca profana”. Toda essa profanidade foi ampliada com Ó Lua, Preta do Acarajé, Mãe Menininha, Fumaça e Comida Forte. Seja mulher negra, branca, trans, bi, gay, heterossexual, ainda bem que na música já ficou bem claro que isso pouco importa, o que vale mesmo é a qualidade e como a música mexe com você. Quem sabe um dia os outros setores da sociedade entendam que sexualidade e identidade de gênero não tornam ninguém anormal, normal, pior ou melhor?

Fim de baile

Mistura do México com Campinas (SP) e Goiânia encerrou a segunda noite com plateia pedindo bis | Foto: Bruna Aidar/Jornal Opção
Mistura do México com Campinas (SP) e Goiânia encerrou a segunda noite com plateia pedindo bis | Foto: Bruna Aidar/Jornal Opção

Se era para continuar a transformar a plateia em pista de dança, o Francisco, el Hombre (SP) trouxe seu disco Soltasbruxa, lançado no mesmo mês do Vaca Amarela. Como Una Flor já indicava que aquele seria mesmo um baile latino-americano. A junção já conhecida em Goiânia desde 2015 dos mexicanos Sebastián Piracés-Ugarte (vocal e bateria), Mateo Piracés-Ugarte (vocal e violão), o goiano Rafael Gomes (baixo) e os paulistas Andrei Martinez Kozyreff (guitarra) e Juliana Strassacapa (vocal e percussão) não poderia ter sido melhor escolhida para fechar o sábado do festival.

Minha Casa manteve o público atento ao show. Não Vou Descansar, que na última passagem da banda por Goiânia foi cantada contra o agora cassado deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desta vez serviu de protesto contra o presidente da República: “Não vou descansar, vou até o sol raiar/Não vou descansar até o Temer derrubar”.

A conhecida La Pachanga!, do EP de 2014, foi acompanhada em coro pelo público que resistiu até depois de 2h20 para ver a banda. Muro Em Branco foi bastante aplaudida. Triste, Louca ou Má foi dedicada por Juliana às mulheres não aceitam o rótulo de “bela, recatada e do lar”. “Triste louca ou má/Será qualificada/Ela quem recusar/Seguir receita tal/A receita cultural/Do marido, da família/Cuida, cuida da rotina.”

Aliás, a voz de Juliana deixou de boca aberta muita gente nesse momento do show. Um canto que já deixava sua marca evidente nos tempos de Lisabi, banda da mesma cidade paulista de Campinas, da qual participavam Juliana, Mateo e Sebastián. Francisco, el Hombre e Tá Com Dólar, Tá Com Deus deram sequência ao show, que teve até cover de Sidney Magal, com a canção O Meu Sangue Ferve Por Você no meio da segunda música.

Antes de voltarem ao palco e tocarem Dicen a pedido do público, Sebastián disse que falaria “Fora, Temer” naquela noite, mas que era muito fácil só gritar isso sem fazer uma crítica pessoa e se perceber nos erros, começar a ajudar sua vizinhança, bairro e comunidade.

Programação

Domingo (25)

23:30 Gabriel, O Pensador(RJ)

22:45 Hellbenders

22:15 Faroeste

21:30 Overfuzz

21:00 Milkee(SP)

20:30 Dogman

20:00 Jade feat. Kafé VMG

19:30 Evening(Anápolis)

19:00 Rollin Chamas

18:30 BBGG(SP)

18:00 Atomic Winter

17:30 Piscadela Verde(PA)

17:00 Sixxen

16:30 G9 Gang

16:00 Mausoléu de Helena

 

PALCO FALANTE RECORDS/CAFOFO ESTUDIO

21:00 – Sã Consciência

20:00 – Clann

19:00 – PRVN

18:00 – Naipe Vagabundo

Dj set Rodrigo Lagoa

 

PROGRAMAÇÃO DE ARTES INTEGRADAS + RODAS DE CONVERSA

16:00 – Batalha de MCs – Batalha de Poesia – Rimanação APGO

16:30 – Debate: Quebrando o Gênero

17:00 – Batalha de MCs – Batalha de Sangue – Rimanação APGO

17:30 – Pocket Show – Eduardo Genuíno

18:30 – Roda de Conversa – Jovem Negro Vivo – Anistia Internacional

20:00 – DJ CeciliaOui

 

Local: Centro Cultural Martim Cererê (Rua 94-A, Quadra 18, Lote 1, Setor Sul – Goiânia)

Data: Domingo (25)

Ingressos: R$ 20 reais antecipado (por dia)

Pontos de venda: Ambiente Skate Shop Centro e Bueno, Shufle Mix e Hocus Pocus

 

Veja fotos: