A vida dos Beatles foi outra sem turnês , sem shows ao vivo e principalmente sem a gritaria das fãs. Ok, no começo da carreira poderia ser legal, mas chega uma hora que cansa. Eles não conseguiam se ouvir no palco. Sem o corre-corre da Beatlemania, John, Paul, George e Ringo puderam cuidar de si e das suas músicas. Ainda mais no momento que eles estavam amadurecendo como artistas.

Entre 1966 e 1967, os Beatles passaram por mudanças. Cabelos mais curtos, deixaram o bigode aparecer e abusaram da psicodelia. O uso do LSD influenciou a produção dessa época. Eles começaram a falar sobre política, a Guerra no Vietnã e o Amor. Isso tudo era fichinha para quem disse que os Beatles eram maiores que Jesus. Muitos jovens seguiram esse comportamento questionador.

Mesmo sem fazer shows ao vivo, mesmo estando mais presentes no estúdio, os Beatles ainda eram amados pelo mundo afora. Por isso, eles foram chamados para participar do programa televisivo “Our World”, que entraria para a História como a primeira transmissão ao vivo. No dia 25 de junho de 1967, dezessete países viram os Beatles tocando sua mais nova música “All you need is love”. Em um mundo marcado por guerras e divisões, era preciso falar de amor.

O estúdio da Abbey Road ficou enfeitado com flores e placas escritas “amor” em várias línguas. A música foi lançada em single e depois incluída no disco “Magical Mystery Tour”. A primeira vez que eu ouvi “All you need is love” foi em uma coletânea dos Beatles em fita K7. A música começa com a francesa “La Marselle” e tem John Lennon como cantor principal.

Sem turnês e sem shows, com a transmissão ao vivo, o mundo todo continuaria se encantando com a música dos Beatles e sabendo que tudo o que precisamos é de amor.