No Congresso, Bolsonaro pede à parlamentares anistia a golpistas do 8 de janeiro

18 fevereiro 2025 às 20h34

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao Congresso para se reunir com parlamentares da oposição e pedir anistia a golpistas do 8 de janeiro. Na ocasião, bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Em almoço, Bolsonaro discutiu estratégias para fazer oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o apelo de Bolsonaro foi no sentido de que “há apoio popular à medida”, o que parlamentares de diferentes espectros no Congresso questionam.
O ex-presidente afirmou que sentiu que há “maioria” para aprovar a anistia. “Temos conversado. Há dez dias conversei com o Kassab, conversa reservada. Ele falou já, em parte, o que aconteceu. Hoje o que sinto conversando com parlamentares, como do PSD, a maioria votaria favorável. Acho que, na Câmara, já tem quórum para aprovar a anistia”, declarou.
A Câmara tem projetos para perdoar penas dos condenados pelos atos antidemocráticos. O texto com tramitação mais avançada aguarda análise de uma comissão especial, que ainda não foi instalada.
Bolsonaro afirmou que em conversas com os presidentes da Câmara e Senado, não houve sinalização de compromisso dos presidentes do Congresso para incluir o texto na agenda de votações das Casas.
“Se conseguir assinatura para urgência, votar o requerimento e, se for aprovado, entra em pauta. Não fiz nenhum pedido específico. Pedi que seguissem o regimento”, disse Bolsonaro.
O ex-presidente também disse que o projeto não o beneficiará e sinalizou para um possível apoio a uma proposta que muda a Lei da Ficha Limpa — outra frente de articulação deflagrada pelos aliados do político do PL nos últimos dias.
“Não é anistia ao meu caso. No meu caso, é mudar a Lei da Ficha Limpa. Deixa amadurecer um pouquinho mais. O pessoal tá entendendo que a Lei da Ficha Limpa é usada para perseguir a direita.”
“Anistia é uma coisa, Lei da Ficha Limpa é outra. Nos Estados Unidos não têm Lei da Ficha Limpa. Se tivesse, o Trump estaria inelegível. [Mas] a prioridade para mim é anistia”, completou.
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