O ato de buscar uma terceira dose, burlando o Plano Nacional de Imunização (PNI), pode ser enquadrado como tentativa de fraude e estelionato

Ministério Público do DF apura denúncia de que servidores da Secretaria de Educação teriam tomado indevidamente terceira dose | Foto: Divulgação

Ministérios Públicos de sete estados investigam casos de pessoas que receberam uma terceira dose das vacinas contra a Covid-19. Secretarias de Saúde de outros quatro estados relatam tentativas de receber mais do que as duas doses de praxe. No Centro-Oeste, o único local no qual há registro de denúncias sobre pessoas que possam ter tomado indevidamente a terceira dose foi o Distrito Federal. 

Segundo o Ministério Público Estadual do Distrito Federal e Territórios, o órgão apura denúncia de que servidores da Secretaria de Educação teriam tomado indevidamente dose única da vacina da Janssen, mesmo após terem sido imunizados com outras vacinas. O MP pediu informações à Secretaria de Saúde para seguir com as investigações sobre o caso, mas não informou se os dados já foram repassados. O tema não chegou na Polícia Civil e nem no MPF.

Apenas 45% da população recebeu uma dose e 20% recebeu as duas. O ato de buscar uma terceira dose, burlando o Plano Nacional de Imunização (PNI), pode ser enquadrado como tentativa de fraude e estelionato, com punições de multa e até prisão.

O estado com mais casos conhecidos é Minas Gerais, onde o Ministério Público entrou com ação contra um casal de Belo Horizonte que foi imunizado três vezes. Depois de tomarem duas doses de CoronaVac na capital, eles viajaram para Rio Novo, onde têm uma fazenda e foram revacinados, com uma dose da Pfizer. O MP quer impedir que o casal tome a segunda dose da Pfizer, ou a primeira de algum outro imunizante, sob pena de multa de R$ 1 milhão.

A discussão sobre a necessidade de uma terceira dose que reforçaria a resposta imunológica para a Covid já foi levantada em alguns países. O debate também acontece no Brasil, mas não deve se concretizar até que a população complete o esquema de duas doses. Enquanto isso, cada região do país decide como proceder em relação às pessoas que aproveitam brechas para se revacinar.

Com informações do jornal O Globo.