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Ele enumera, ainda, medidas para melhorar o transporte coletivo, com investimentos em corredores exclusivos na Capital

Foto: Fernando Leite/ Jornal Opção

Em conversa com o Jornal Opção, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (Setransp), Adriano Rodrigues de Oliveira, afirmou que existem três temas necessários para se melhorar o transporte coletivo.

São eles: a priorização da infraestrutura, com a construção de corredores preferenciais para ônibus, “pois só assim compensará o uso do transporte coletivo ao individual”; buscar outras fontes de financiamento, que não seja somente a tarifa; e rever o modelo atual, para que todos os entes [Estado e municípios] se sintam envolvidos na questão.

Responsabilidade

Inicialmente, ele lembrou que o investimento em infraestrutura, como a construção de corredores preferenciais para ônibus é de responsabilidade do poder público. “Não temos ação nenhuma nesse sentido”, reforçou.

Adriano faz questão, ainda, de deixar claro que a categoria é defensora da priorização do transporte coletivo. Segundo ele, por se tratar de mobilidade em nível de região metropolitana, as prefeituras e o Estado são os responsáveis. “Sem os corredores, a condução demora mais e isso tira a atratividade do transporte coletivo”.

Além da necessidade de investimento na infraestrutura, Adriano defende, também em inovação, tecnologia e frota. “O problema é que com a queda de demanda e sem outras fontes de recursos para financiar, o próprio sistema fica impactado”, observa.

Crise

Ele afirma, também, que, atualmente, não só em Goiás, mas no País, o transporte público coletivo tem perdido a relevância para o individual. Além disso, ele cita que o usuário, sozinho, não consegue financiar esse segmento e, por isso, Estado e cidades precisam subsidiar – aborda a questão de outras fontes de financiamento.

“Temos percebido uma queda na demanda. E quanto menos gente pagando, mais caro fica o sistema. Além disso, é ruim para a cidade a migração para os transportes individuais, pois piora o trânsito”.

Transporte público coletivo

Já em relação ao envolvimento dos entes, Adriano lembra que o próprio nome é transporte público coletivo. “É operado por empresas, mas é público. Quem tem o poder de definir as questões estruturais é o poder público”.

Ele lembra que o sistema da região metropolitana abrange 18 municípios com tarifa única e que, mesmo que haja qualidade, funciona nesse sentido. “Se fosse só uma cidade, seria uma responsabilidade do município, mas como é metropolitana, tem que ser compartilhada por todas as cidades e pelo Estado”.

Por fim, ele lembra que a Assembleia, as Câmaras Municipais e a imprensa têm provocado discussões nesse sentido “e isso é muito importante”. “Ninguém hoje está satisfeito, começando pelo usuário. Mas as empresas também não estão. Amargam prejuízos sucessivos, muitas delas com dificuldades de sobrevivência”, finaliza.