“Nenhum detento vai vacinar antes dos servidores das forças de segurança do Estado”, diz Rodney Miranda
05 março 2021 às 12h36
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Após determinação do STF, Ministério da Saúde admite que presos são prioridade de vacinação na frente de agentes de segurança
Após secretários estaduais de segurança buscarem Ministério da Justiça revoltados com a ordem de prioridade de vacinação contra a Covid-19 dos presos frente ao sistema carcerário, ministro da Justiça, André Mendonça, diz que irá buscará uma solução para a situação em conjunto com o Ministério da Saúde, comandado por Eduardo Pazuello.
Na ordem de prioridade, segundo o planejamento de saúde, os presos ocupam a 17º posição, enquanto os agentes do sistema carcerário se encontram em 18º e as forças de segurança e salvamento em 21º. Quem está responsável por liderar a discussão de inversão na ordem de prioridade é o presidente do Conselho de Secretários Estaduais e secretário de Tocantins, Cristiano Sampaio.
Como justificativa de sua insatisfação quanto a ordem de prioridade, o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, disse que fará de tudo para que os agentes de segurança pública sejam imunizados o quanto antes. “Isso é um absurdo! Em Goiás, nenhum detento vai vacinar antes dos servidores das forças de segurança do Estado. Não existe estatística que justifique essa decisão do Ministério da Saúde. As forças de segurança do Estado estão muito mais expostas que qualquer detento”, afirmou.
Caso nenhuma atitude seja tomada, gestores estaduais disseram que não irão seguir a orientação de ordem de prioridade vinda do ministério da Saúde.
Plano de imunização
Apesar de o documento da pasta de Pazuello, que esboçava um plano de imunização, ter sido divulgado em janeiro, as orientações não eram claras. Somente após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que Ministério da Saúde esclareceu que os presos eram sim prioridade na vacinação contra a Covid-19.