“Não tinha nenhum santo entre vítimas do massacre em Manaus”, diz governador

04 janeiro 2017 às 14h14

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José Melo (Pros) culpou a falta de verbas e o narcotráfico pela situação do sistema carcerário amazonense e disse que vítimas eram estupradores e matadores

Dois dias após o fim da rebelião que deixou 60 mortos no Amazonas na segunda-feira (2/1), o governador do Amazonas, José Melo (Pros), disse que “não tinha nenhum santo” entre as vítimas. “Eram estupradores, matadores (…) e pessoas ligadas a outra facção, que é minoria aqui no Estado do Amazonas”, afirmou ele em entrevista à Rádio CBN.
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Depois do massacre, o maior em prisões brasileiras desde o Carandiru, o governo do Amazonas retirou os 130 presos que não morreram e os levou para outra unidade. Foram 56 mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e quatro na unidade Puraquequara. A razão apontada para o ocorrido foi uma guerra entre duas facções rivais: A Famílias no Norte (FDN) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Na opinião do governador, a situação do sistema carcerário no estado, que enfrenta superlotações e violência interna, é resultado do tráfico de drogas e da falta de investimentos. “Os recursos para a construção de novas prisões não foram na mesma velocidade que as secretarias agiram prendendo as pessoas”, disse ele.
Até esta quarta-feira (4), a polícia já identificou sete líderes envolvidos no massacre. Conforme anunciado na terça-feira (3) pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, todos eles serão transferidos para presídios federais de segurança máxima. Pelo menos 30 das vítimas, mais da metade, morreram decapitados. 39 deles já foram identificados.
Além disso, 56 dos 184 presos que escaparam de unidades prisionais do Estado foram recapturados. 112 deles detentos escaparam do Compaj, onde ocorreu o massacre, e outros 72 detentos fugiram do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat).